A Noruega não é povoada apenas por músicos sombrios
trajando roupas pretas e corpse paints assustadoras. A gelada e linda terra
viking deu ao mundo diversas ótimas bandas além do black metal. E uma das mais
promissoras a surgir nos últimos anos é o Pristine.
Formado por Heidi Soldheim (vocal), Esper Jacobsen
(guitarra), Gustav Eidsvik (baixo) e Ottar Tøllefsen (bateria), o quarteto vem chamando a atenção
nos últimos anos com discos muito bem feitos e que agradam em cheio quem curte
classic rock. A boa notícia é que o novo álbum da banda, Road Back to Ruin,
liberado em abril na Europa, já está disponível em versão nacional pela
Shinigami Records/Nuclear Blast.
O
que impressiona no Pristine é o incrível entrosamento da banda, que soa
redondinha e sem uma nota fora do lugar. A energia contagia e as músicas são
muito bem feitas, trazendo influências que vão desde Rolling Stones até Deep
Purple, passando no caminho por Free, Bad Company, Rod Stewart, Faces, Tina
Turner dos primeiros anos e outros ícones.
Gravado
totalmente ao vivo no Paradiso Studio, em Oslo, o álbum foi produzido por Øyvind
Gundersen e traz uma sonoridade quente, calorosa e gorda, que faz com que o
hard pesado do grupo ganhe uma dimensão mais elevada. Cada uma das dez faixas –
a edição nacional conta ainda com duas músicas bônus – é um presente para os
ouvidos, com a banda caminhando com inspiração por gêneros como o hard, o blues
rock, o soul e uma variedade desconcertante de estilos.
Em meados dos anos 2000 houve um imenso boom no número
dos blogs de download de música mundo afora, notadamente de sites dedicados a
resgatar discos esquecidos na névoa dos anos 1970. E, ao postar esses álbuns,
os blogueiros invariavelmente cunhavam definições criativas como Germany Amazing
Powerful Hard Rock, Incredible American Psych Blues, entre outras. Trouxe esse
assunto para este review porque vejo pouca gente comentando sobre o Pristine, o
que indica que a banda tem sido ouvida e consumida por um público muito menor
do que aquele que merece e corre o risco de se transformar em uma pérola
perdida do nosso tempo, sendo descoberta só daqui há alguns anos por um número considerável de ouvintes, os mesmo que reclamam que não há nada de bom sendo feito
atualmente. O AMAZING NORWEGIAN BLUES ROCK – sim, não resisti e voltei no tempo
– da banda faz de Road Back to Ruin um álbum excepcional e desde já um forte
candidato a estar nas listas de melhores discos de 2019. Faixas como a
abertura explosiva com “Sinnerman”, a cadenciada música que batiza o trabalho,
o groove torto de “Blackbird”, a stoneana “Landslide” e a linda “Cause and
Effect” são exemplos de uma banda com enorme talento e que está pronta para
conquistar fãs em todo o planeta.
Road Back to Ruin: este é o nome de um ótimo disco.
Pristine: este é o nome da uma banda que está esperando você de braços abertos.
Dê o primeiro passo: você não irá se arrepender.
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