O Spirit Adrift foi formado em 2015 no Arizona e, sem
seus primeiros dois discos – Chained to Oblivion (2016) e Curse of Conception
(2017) – foi praticamente um projeto de um homem só, personificado na figura do
vocalista e guitarrista Nate Garrett. Isso mudou em Divided by Darkness,
terceiro trabalho da banda, lançado no início de maio.
No novo álbum, Garrett ganhou a companhia de Jeff Owens
(guitarra), Chase Mason (baixo) e Marcus Bryant (bateria), e isso fez bem ao
som do quarteto. O Spirit Adrift, com o perdão do clichê óbvio e conclusivo,
está soando como uma banda em Divided by Darkness, apresentando uma amplitude
até então inédita.
Musicalmente, dá pra explicar a música do grupo com a
expressão “o doom metal encontra o classic rock”, mas há outros aspectos na
jogada. Percebe-se uma certa influência progressiva em alguns momentos, somos
surpreendidos por uma quebra de andamento que leva a faixa-título para um
caminho que se assemelha ao jazz, e algumas passagens de guitarra não escondem
a sua inspiração no thrash metal. Em termos de influência, dá pra identificar
referências como Metallica, Trouble, Mastodon e Baroness na mistura, além de uma
afinidade de timbres com o que o The Sword mostrou em Apocryphon (2012).
O uso de arranjos ascendentes é uma constante, assim como
de estruturas vocais que exploram uma esfera criativa similar ao Baroness. Outro
ponto essencial na sonoridade do Spirit Adrift é a presença de harmonias de
guitarras em todas as faixas, entregando melodias que cativam o ouvinte e
surgem em grandes trechos instrumentais.
Entre as músicas, destaque para o início arrebatador com “We
Will Not Die”, a ótima música que batiza o disco, a cadenciada e pesada “Born
Into Fire”, o sentimento à flor de pele de “Angel & Abyss”, a variedade
desconcertante de “Torture by Time” e a sensacional sinfonia doom instrumental que
fecha o disco, “The Way of Return”.
Divided by Darkness é o meu tipo de CD. Pesado, cheio de
melodia e com músicas que emocionam. Adorei o trabalho e recomendo fortemente que
você também o ouça.
A ultima musica tem CLARA referência a Pink Floyd (Dogs do Animals). Excelente.
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