Em
1992, Ozzy Osbourne foi diagnosticado com esclerose múltipla e isso foi suficiente para anunciar
sua aposentadoria e encerrar precocemente a turnê do álbum No More Tears (1991).
Como consequência, ocorreu a dissolução de sua banda de apoio, que era formada
por Randy Castillo, Mike Inez e Zakk Wylde. Quando Ozzy descobriu que foi
diagnosticado erroneamente e que, na verdade, ele tinha a raríssima Síndrome de
Parkin (problema genético com sintomas semelhantes aos do Mal de Parkinson),
ele decidiu voltar à ativa e precisou montar novamente uma banda para gravar um
novo álbum.
Sétimo disco
gravado pelo Madman, Ozzmosis (1995) é o primeiro registro de estúdio da
carreira solo do músico a contar com seu ex-companheiro de Black Sabbath, Geezer
Butler, no baixo. Completam o time o então já consagrado Zakk Wylde nas
guitarras(recrutado novamente para o posto), Deen Castronovo na bateria
(Journey, The Dead Daisies) e Rick Wakeman nos teclados (Yes).
O disco conta com
a produção - também teclados em algumas faixas - de Michael Beinhorn, que até
então havia produzido Mother’s Milk (1989) do Red Hot Chili Peppers e Superunknown
(1994) do Soundgarden, entre outros. Originalmente, as gravações começaram com
o produtor Michael Wagener (Extreme, Skid Row, Dokken), mas após a gravação de
algumas faixas a gravadora não gostou do estilo da produção e Wagener foi
substituído por Beinhorn, que trouxe uma sonoridade mais moderna,
característica que seria seguida em todos os álbuns a partir deste. Alice in
Chains, Stone Temple Pilots e Nirvana estavam em alta na época, e isso pode ter
contribuído para a sonoridade mais alternativa encontrada em Ozzmosis.
Repetindo o que
havia ocorrido no antecessor, o álbum traz uma faixa composta por Ozzy e Lemmy,
a ótima “See You on the Other Side”, que compõe a dupla das melhores canções do
disco junto com a pesadíssima faixa de abertura, “Perry Mason”.
Única parceria da
carreira com o guitarrista Steve Vai, a balada “My Little Man” soa deslocada
nesse álbum. Tem letra que parece uma canção de ninar destinada a Jack
Osbourne, então com 10 anos e para quem a música foi composta. Pouco antes
gravar Ozzmosis, Ozzy e Vai juntaram-se em um projeto chamado X-Ray, que acabou
não evoluindo. A dupla escreveu várias músicas, dentre elas “My Little Man”, único
fruto dessa empreitada a entrar em Ozzmosis e que conta com Zakk tocando cítara
na introdução. Outra parte dessas canções apareceu em Fire Garden (1996), de
Steve Vai.
“I Just Want You”,
co-escrita por Jim Vallance (parceiro de composição de Bryan Adams nos seus
maiores hits) também é uma das melhores, com o vocalista alcançando notas altas
no final. Em “Tomorrow”, que pelo andamento poderia estar em um velho disco do
Sabbath, Ozzy surge cantando de maneira rasgada, o que possivelmente resultou
em alguns dias sem voz após a gravação. O excesso de baladas atrapalha o fluxo
do disco, que encerra com “Old L.A. Tonight”. Esta, juntamente com “Denial”, é
uma das músicas mais fracas do trabalho.
Relançado em 2002
com as canções extras “Whole World’s Fallin’ Down” (que poderia tranquilamente
estar na versão original) e “Aimee”, Ozzmozis é um disco digno que marca o início
de uma nova sonoridade para um velho ícone do heavy metal. O problema é que, depois dele, Ozzy entrou em uma zona de
conforto e passou a se repetir álbum após álbum.
Por Diego Colombo
Vou tomar umas pedradinhas, mas é meu disco favorito da carreira solo do Madman até hoje!
ResponderExcluirVamos dividir essas pedradas então... meu também!!! Único que tenho o CD!!!
ExcluirPra mim, o melhor disco solo do Ozzy! Esse álbum não mão do Black Sabbath ia ser um choque!
ResponderExcluirReouvindo esse clássicáço. Obrigado!!
ResponderExcluirUm disco maravilhoso , com uma produção certeira, musicos certos na hora certa e canções carregadas de influência de Beatles, talvez por isso se justifica a presença de mais baladas. Tenho um sentimento especial por esta obra por me fazer lembrar minha adolescência.
ResponderExcluirÁlbum maravilhoso, lembro de vasculhar uma lojinha de discos que tinha em minha cidade e achei ele, está comigo até hj, discaco
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