O rock está cheio de bandas únicas, histórias
arrebatadoras e trajetórias que beiram o inacreditável. O Queen certamente se
encaixa nesses três quesitos, como bem demonstraram as décadas de carreira da
banda inglesa. E a decisão de contar tudo isso nas telas do cinema com o premiado
Bohemian Rhapsody (2018), além de comprovar a dimensão épica da história vivida
por Freddie Mercury, Brian May, John Deacon e Roger Taylor, mostrou que havia
um público sedento por assistir a vida de seus ídolos e marcou o início de uma
nova onda de cinebiografias musicais.
Mas o assunto desse review é a trilha de Bohemian
Rhapsody, lançada em 19 de outubro de 2018 pela Virgin/Universal Music. O CD
traz 22 faixas que passeiam por toda a carreira do quarteto, além de gravações
raras e que não costumam ser lançadas aqui no Brasil. Neste segundo ponto, o
destaque vai para a inclusão de uma pequena jóia do Smile, trio de May e Taylor
antes do Queen – a doce “Doing All Right ... Revisited” – até gravações ao vivo
não incluídas nos lançamentos oficiais da banda, incluindo aí a arrepiante
versão de “Love of My Life” gravada na primeira edição do Rock in Rio, em 1985.
Além, é claro, de uma pequena cereja no bolo: o tema da 20th Century Fox tocado
na guitarra por May.
Entre essas performances ao vivo, a presença da mitológica
performance apresentada ao mundo no Live Aid em 1985 também é outro ponto alto,
com a banda reafirmando via satélite a sua importância e o seu peso para o mercado musical enquanto Freddie hipnotizava o público com um de seus mais famosos
desempenhos. Há também um novo mix para o hino “We Will Rock You”, unindo
trechos ao vivo e de estúdio, montando uma versão até então inédita.
O resultado final é um disco que é muito mais do que
apenas um greatest hits. Bohemian Rhapsody – The Original Soundtrack é ao mesmo
tempo o testamento e a ressurreição do Queen, pois pinça alguns dos melhores
momentos de um catálogo de músicas simplesmente arrebatador enquanto apresenta
(ou reapresenta, dependendo da idade do ouvinte) a banda para uma nova geração
de ouvintes. O Queen ganhou outra dimensão após a sua carreira ser contada nos
cinemas, e grande parte disso se deu pela força incontestável e imortal de suas
músicas.
Uma banda única. Uma história única. E uma lenda que
permanecerá vida para sempre. Mas, se preferir, pode chamar simplesmente de
Queen.
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