Rodrigo Rossi fez parte da banda Thorn, que lançou um EP
em 2007, The Final Solution. O disco chamou a atenção e parecia apontar para
uma carreira promissora, tendo como destaque a voz de Rossi. O vocalista então
gravou um disco solo, mas ele acabou engavetado devido a um fato que mudou o
curso de sua carreira.
Esse fato foi a gravação, em 2008, da versão brasileira
para o tema para Cavaleiros do Zodíaco: The Lost Canvas, um dos mais famosos e
cultuados mangás e animes de todos os tempos. É preciso mencionar, para quem é
alheio ao cenário de quadrinhos, que os fãs dos mangás e animes japoneses estão
entre os mais dedicados da indústria e consomem avidamente tudo que envolve
seus personagens favoritos – qualquer semelhança com o heavy metal não é mera
coincidência. Vieram então as gravações dos temas de Dragon Ball Kai em 2010 e
Cavaleiros do Zodíaco: Ômega (2012), seguidas de várias apresentações pelo
Brasil e que culminaram no show Cavaleiros do Zodíaco in Concert, que rodou o
Brasil e atraiu milhares de novos fãs.
Em 2017 Rossi decidiu retornar ao metal, e para isso
chamou um senhor time para enfim gravar o seu primeiro álbum solo. As sessões
contaram com as participações dos guitarristas Kiko Loureiro (Angra, Megadeth),
Roy Z (Bruce Dickinson), Edu Ardanuy (Dr. Sin), Marcelo Barbosa (Angra, Almah)
e Davis Ramay (Tribuzy, Nordheim), do baixista Felipe Andreoli (Angra), do
pianista Alessandro Del Vecchio (Voodoo Circle, Place Vendome) e dos bateristas
Marcelo Moreira (Circle II Circle) e Pedro Tinello (Almah). O vocalista Renato
Tribuzy produziu o álbum, além de participar soltando a sua voz. O projeto
ganhou o nome de Rec/All, uma brincadeira interna de Rossi que, ao ver o time
reunido, declarou que eles deveriam “gravar tudo” que iria rolar no estúdio.
O auto intitulado debut do Rec/All traz Rod Rossi ao lado
desse time de músicos em nove composições autorais que transitam por uma sonoridade
que traz elementos de metal tradicional unidos a um tempero de hard rock que
permeia todo o álbum. O som é moderno, atual, e pode ser classificado sem erro
como metal tradicional mas como uma pegada bastante contemporânea. A voz de
Rossi possui um timbre com um registro que varia entre tons médios e agudos, e
ele a solta sem timidez durante todo o play. Não conhecia nada de Rod Rossi
antes e confesso que fiquei muito surpreso e bastante satisfeito com o que
ouvi nesse trabalho.
Musicalmente, dá pra classificar a sonoridades do Rec/All
em um universo que não é muito distante do Edguy e do Avantasia atuais, onde o
power metal juntou forças com o hard em uma sonoridade que traz o melhor dos
dois estilos. A execução é bastante técnica, solos ganham papel de destaque,
enquanto a acessibilidade é um fator sempre presente. Canções como “5 A.M.”,
por exemplo, trazem uma pegada que chega a aproximar o Rec/All de referências
atuais do hard como os suecos do H.E.A.T, porém com uma dose maior de peso.
Não vi muita gente falando sobre esse disco, então assim
que o descobri e ouvi suas faixas decidi escrever sobre o trabalho porque ele
é realmente bem legal e é algo que vale a pena conhecer.
Confesso que praticamente "tropecei" neste disco fazendo uma pesquisa por uma outra banda! Fiquei curioso, fui ouvir e adorei o disco.
ResponderExcluirPassei meses ouvindo!
Fiquei esperando uma continuidade e nada. Recomendo muito também!