Touched by the Crimson King é o segundo álbum do projeto
Demons & Wizards, formado pelo vocalista do Blind Guardian, Hansi Kürsch, e
o guitarrista do Iced Earth, Jon Schaffer. O disco foi lançado em junho de 2005
e é, até o momento, o último trabalho da banda. A boa notícia é que o álbum
está sendo relançado em uma linda edição deluxe repleta de músicas bônus e com
nova arte, e que Hansi e Jon estão trabalhando em um novo disco do Demons &
Wizards, que deve sair no primeiro semestre de 2020. Atualmente, a dupla está
focada em shows do projeto nos festivais europeus e pelos Estados Unidos.
A nova edição de Touched by the Crimson King está saindo
no Brasil pela Hellion Records, que também trouxe a reedição do disco de estreia do
Demons & Wizards. Ambas possuem um trabalho gráfico espetacular e vem em
boxes com acabamento luxuoso. Vale lembrar que a edição brasileira anterior de
Touched by the Crimson King saiu por aqui pela mesma Hellion em 2005, com a
capa original e uma slipcase protegendo-a. A nova capa do álbum é muito superior
e traz uma ilustração muito mais condizente com o conteúdo, refletindo
artisticamente a agressividade que as canções entregam.
Touched by the Crimson King foi produzido por Kürsch e
Schaffer ao lado de Jim Morris, que já havia trabalhado com Jon em diversos
discos do Iced Earth. O álbum conta com treze faixas e, assim como o debut,
traz uma versão para um clássico de um gigante do hard rock. No primeiro foi “White
Room”, do Cream, e aqui temos “Immigrant Song”, do Led Zeppelin. A nova edição,
totalmente remasterizada, vem com nove faixas bônus, sendo que oito delas são
demos das músicas presentes no tracklist original e uma é inédita, “Until She
Comes”. Liricamente, a maioria das letras do álbum é inspirada na série A Torre Negra, de Stephen King, que começou a ser publicada em 1982 e conta com oito livros.
O trabalho de remasterização fica bem evidente em Touched
by the Crimson King. Tenho a edição original lançada pela Hellion Records em
2005 e, comparando-o com a nova, o que temos nessa deluxe edition é um som bem menos
abafado e cristalino.
O disco começa com uma das melhores músicas do projeto, “Crimson
King”, com corais na abertura e uma linha de vocal que casa de maneira perfeita
com o riff da guitarra. De modo geral, o álbum apresenta uma sonoridade mais
convencional e não tão surpreendente quanto a estreia. Está longe de ser ruim,
mas fica abaixo do primeiro. Não vemos mais a alternância de dinâmicas que
marcaram o primeiro CD, e ao invés disso ouvimos exatamente o que se esperaria
da união entre o Blind Guardian e o Iced Earth. As exceções se dão geralmente
na forma de canções mais lentas e contemplativas, quase baladas, como a linda “Seize
the Day” e “Love´s Tragedy Asunder”. A versão de “Immigrant Song” também ficou
interessante, devidamente atualizada com doses generosas de peso.
Ao lado de Kürsch e Schaffer temos o baixista Ruben
Drake, o ótimo baterista Bobby Jarzombek (Iced Earth, Halford, Fates Warning) e
o próprio produtor Jim Morris na guitarra solo.
O resultado final é um bom disco, porém sem o
brilho intenso da estreia de 1999. Bons momentos estão entre as faixas, mas o
tracklist é um tanto irregular e sem a consistência e a força do primeiro
álbum. Mesmo assim, trata-se de um item especial por trazer a união entre Hansi
Kürsch e Jon Schaffer, e que ganhou uma dose extra de apelo com esta belíssima edição
deluxe.
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