
Em 1992, Dave
Lombardo, um dos maiores bateristas de thrash metal de todos os tempos, deixou o
Slayer pela segunda vez (a primeira foi em 1986 e levou alguns meses apenas). O
substituto foi Paul Bostaph (ex-Forbidden), cuja estreia em estúdio com a banda
foi participando da gravação de “Disorder”, um medley de músicas do Exploited
que entrou na trilha sonora do filme Judgment Night e conta com a parceria do
rapper Ice-T.
Lançado em 27 de setembro
de 1994, Divine Intervention é o sexto álbum da banda e o primeiro a contar com
Bostaph nas baquetas. O disco abre com “Killing Fields” e sua introdução
espetacular e extremamente técnica de bateria, para mostrar aos fãs que o novo
integrante não estava para brincadeira. Várias alternâncias rítmicas se fazem
presentes durante a música, culminando em uma parte rápida no final.
O oficial nazista
Reinhard Heydrich foi um dos
principais arquitetos do Holocausto e a faixa “SS-3” fala sobre ele. Adolf Hitler
descreveu-o como "o homem com coração de ferro", o que nos faz
imaginar o quão “bonzinho” ele era. Foi morto
em 1942 a mando de Winston Churchill. Ao saber da morte de Heydrich, a fúria de
Hitler foi tanta que ordenou um atentado com mais de 1.300 mortos como
represália.
Tendo o clipe
exaustivamente veiculado nos programas de metal da MTV na época, “Dittohead”
foi a música de trabalho do álbum. Uma paulada do início ao fim, essa talvez
seja a música mais rápida já gravada pelo Slayer. Difícil entender como Tom
Araya consegue pronunciar todas as palavras nessa velocidade! O trabalho de
Bostaph nessa faixa também é sensacional, principalmente na utilização de dois
bumbos (técnica que ele domina até melhor que Lombardo).
A faixa que dá
nome ao disco tem andamento arrastado e utiliza a mesma estrutura de “Seasons
in the Abyss”, também faixa título do disco anterior, de 1990. A ótima “Serenity in Murder” tem
riffs de qualidade e trechos vocais mais limpos de Araya com efeito de drive na
voz, coisa que se repete em algumas outras faixas do play.
Então chegamos ao
ápice do álbum:“213” é a melhor música do disco e o título foi inspirado no
número do apartamento da casa da avó do serial killer americano Jeffrey Dahmer,
onde ele matou 17 pessoas
entre 1978 e 1991. Apelidado de “Canibal de Milwaukee”, se tornou um dos
assassinos em série mais famosos da história não apenas pelo extenso número de
crimes, mas também pelos requintes de crueldade e loucura que apresentava às
vítimas. A dupla Kerry King e Jeff Hanneman realiza um trabalho excepcional
nessa faixa, com as guitarras em perfeita sincronia.
Além da grande admiração pelo Iron Maiden no início da
carreira, o Slayer nunca escondeu sua influência de Punk Rock e isso fica bem
claro em duas faixas: “Circle of Beliefs” e “Sex. Murder. Art.”, esta tendo menos
de dois minutos de duração.
Com dez faixas e
pouco menos de quarenta minutos, Divine Intervention é um álbum heterogêneo e
sem pontos baixos. O destaque negativo fica para a mixagem, com guitarras muito
altas e baixo quase inaudível. Prestes a completar 25 anos do seu lançamento, é
um álbum injustamente menosprezado por parte dos fãs e que merece mais atenção e crédito, pois reúne toda a essência do Slayer:
brutalidade, letras chocantes e riffs rápidos.
Por Diego Colombo
Eu concordo totalmente, o disco é muito bom!
ResponderExcluirMeu play favorito!
ResponderExcluirDisco incrível.
ResponderExcluirDe fato, um grande disco! Infelizmente, renegado por boa parte dos fãs.
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