Power trio maravilhoso de hard rock dos anos 1970, o Trapeze
era uma máquina. Bom, olha só quem estava na linha de frente: Glenn Hughes
(baixo e vocal, futuro Deep Purple, Black Sabbath, Black Country Communion),
Mel Galley (guitarrista que tocou, dentre outros, com o Whitesnake nos anos 1980)
e Dave Holland (bateria, futuro Judas Priest). Cercado por gente da pesada (B. J.
Cole na guitarra e Rod Argent nos piano e teclados), este é o melhor trabalho
da banda na opinião de muitos.
“Keepin’ Time” abre o disco com Holland fazendo o que
sabe de melhor: descendo a ladeira - estilo que seria fundamental no Judas. Um
hardão pesado que encaixou bem com o estilo daquele que é conhecido por muitos
como "a voz do rock": Mr. Hughes. “You are the Music”, que fecha o
disco, tem levadas funkeadas e
sentimentalismo com qualidade, sem perder a classe. Um dos pontos altos ao lado
da delicada “Coast to Coast”, uma aula de soul de Hughes em todos os aspectos.
E o álbum tem o groove incrível de “What is a Woman's
Role”, o peso de “Way Back to the Bone” (com uma guitarra pra lá de marcante) e
a tocante “Feeling’ So Much Better Now”, um hard digno da batera de Dave
Holland.
Não podemos deixar de lado a balada “Will Our Love End”,
que pisa com força na soul music (a grande paixão de Hugues) e que aqui ganha
ares elegantes com as participações especiais de Frank Ricotti e Jimmy Hastings,
no vibrafone e no sax respectivamente. “Loser” é outra canção com um riff
marcante e a voz de Hughes que segura não apenas no gogó, mas também nas quatro
cordas um ritmo swingado que só ele é capaz de fazer.
Além do peso e do groove no seu som, o Trapeze sempre
teve o pé no jazz e é nas músicas mais lentas que este detalhe emerge com mais
evidência. Glenn Hughes foi o líder por ter a voz, saber manejar seu baixo com maestria
e a sua versatilidade, conseguindo usar seu registro mais alto sem desafinar
nem um segundo.
O disco é indicado para aqueles que só conhecem Hughes do
seu trabalho subsequente com o Deep Purple. Um aviso: vocês podem se
surpreender ao ouvir este álbum e entender, de uma vez, porque ele foi chamado
por Blackmore e companhia para fazer parte do Purple.
Se tivesse que ouvir uma única música deste disco? Bem,
escute “Coast to Coast”. Não tem pra ninguém.
Por Aroldo Antonio Glomb
Junior
Aroldo Antonio Glomb Junior tem 41 anos, é jornalista, Athleticano e fanático por boa música desde que completou seus 10 anos de idade. É o autor do projeto SOBRE O SOM DOS SETENTA, que reúne resenhas de diversos discos lançados durante os anos 1970, escrevendo desde clássicos da década até discos mais obscuros, independente do estilo.
Aroldo Antonio Glomb Junior tem 41 anos, é jornalista, Athleticano e fanático por boa música desde que completou seus 10 anos de idade. É o autor do projeto SOBRE O SOM DOS SETENTA, que reúne resenhas de diversos discos lançados durante os anos 1970, escrevendo desde clássicos da década até discos mais obscuros, independente do estilo.
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