O metal possui algumas bandas com sonoridades bem
particulares. O quarteto dinamarquês Volbeat certamente se enquadra nesse
grupo. Com uma música extremamente cativante, o grupo une elementos do
Metallica dos anos 1990 com um certo acento da onda punk da mesma época, tudo
embalado por uma atmosfera pop onipresente e vocais ao estilo Elvis Presley e
Johnny Cash. O resultado é um som grudento, atraente e agradável, que tem
conquistado multidões de fãs a cada novo lançamento.
Rewind, Replay, Rebound é o sétimo disco da banda formada
por Michael Poulsen (vocal e guitarra), Rob Caggiano (guitarra, ex-Anthrax), Kaspar
Boye Larsen (baixo, na banda desde 2016 mas que faz a sua estreia em estúdio aqui) e Jon Larsen
(bateria). O álbum foi produzido por Jacob Hansen ao lado de Poulsen e
Caggiano, traz quatorze músicas e é o sucessor de Seal the Deal & Let’s
Boogie (2016). Neil Fallon, vocalista do Clutch, participa da faixa “Die to
Live”, que conta também com Raynier Jacob Jacildo no piano e Doug Corocran no
saxofone. Gary Holt, guitarrista do Slayer e do Exodus, faz o solo em “Cheapside
Sloggers”.
Musicalmente, o álbum varia entre o metal, o pop (que ganha
destaque maior em relação aos outros discos) e o country. Músicas como “Last
Day Under the Sun” e “Rewind the Exit” trazem o Volbeat explorando caminhos que
até então não havia pisado. Ambas são extremamente radiofônicas, com “Last Day
Under the Sun” até deixando o peso em segundo plano. Não há nada de errado em
unir o metal ao pop, tanto que o próprio Volbeat fez isso com primor
diversas vezes no passado, porém essas duas canções ficam abaixo do que a banda
já gravou seguindo essa pegada mais acessível.
Inquieto, o grupo acerta ao
experimentar a união entre o rockabilly, o pós-punk e o metal em “Sorry Sack of
Bones”, uma canção que soa totalmente diferente de tudo que o grupo já fez. “Die to Live” é uma das
melhores do disco e tem um clima de bar do velho oeste, com Poulsen e Fallon se alternando na voz principal e com direito a um piano
safado dando todo o clima de malícia que a letra pede. A presença de Gary Holt
chama a atenção em “Cheapside Sloggers”, uma canção tipicamente Volbeat que
bruscamente desacelera para introduzir um solo incrível em sua parte central e
é uma das melhores do play. Outros ótimos momentos estão em “Pelvis on Fire” e
na parte final do álbum, com o trio “Leviathan”, “The Awakening of Bonnie
Parker” e “The Everlasting” fechando o disco com chave de ouro na companhia da
balada “7:24”.
A questão central em torno do Volbeat é que Michael
Poulsen sempre teve o toque de Midas para criar composições que cativam de
forma imediata. Pontes melódicas proliferam antes dos refrãos, que são sempre
muito bem desenvolvidos e pensados para funcionar ao vivo. Em Rewind, Replay,
Rebound esta fórmula não está assim tão efetiva quanto foi em álbuns
anteriores. Trata-se de um disco ruim? Não, longe disso, mas a banda
inegavelmente já fez melhor.
E fica a pergunta: por que diabos os discos do Volbeat nunca saem aqui no Brasil?
Essa capa é linda, a banda tem meu respeito!
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