
O Diablo Motor nasceu em Recife no início da década de
2010 e tem dois discos no currículo: o auto intitulado debut de 2012 e Inflama,
lançado em 2018. Ambos apresentam um rock pesado e muito bem feito, cantado em
português e que não tem receio algum de soar mais pop em determinados momentos.
O disco de estreia conta com dez músicas e pouco mais de
40 minutos e uma pegada mais urgente, quase punk. Já Inflama vem com uma
produção mais “gorda” e mostra a maturidade do quarteto formado por Filipe
Cabral (vocal e guitarra), Lucas Reis (guitarra), Bruno Patrício (baixo) e
Thiago Sabino (bateria). São oito músicas e meia hora de ótima música, com
direito a participações especiais de nomes como Maestro Spok, Lara Klaus e Raíssa
Leal.
Comparando os dois discos, que a banda gentilmente enviou
para o site em um press kit sensacional, percebe-se a clara evolução
apresentada pelo grupo. A energia quase adolescente da estreia dá
lugar a um som muito mais maduro, onde a velocidade não é mais um dos ingredientes
principais e a presença de melodias e arranjos mais elaborados eleva o
resultado final.
Entre as músicas, destaque para “Mais que Três”, a
deliciosa “Anti-Zen” (onde a parceria do Raíssa Leal funcionou demais), a
selvageria de “Casarão” e “Vietnã”.
O Diablo Motor é mais uma das ótimas bandas do rock
brasileiro atual. Grupos que fazem música de inegável qualidade, mas que passam
distantes das rádios, mais preocupadas em tocar hits pré-fabricados ou seguir
as tendências do que investir em uma programação musical decente.
Se você gosta de boa música, os dois álbuns do Diablo
Motor estão disponíveis nos serviços de streaming e irão agradar os seus
ouvidos, tenho certeza.
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