Com dez anos de carreira, o Picanha de Chernobill é uma
banda gaúcha radicada em São Paulo, onde se tornou conhecida por realizar mais
de mil shows gratuitos nas ruas da capital paulista. Com turnês internacionais
e apresentações em diversos festivais (incluindo o Rock in Rio), o trio
acabou de lançar o seu quarto disco, Sobrevive. O trabalho completa uma
discografia que conta também com o debut auto intitulado (2009), O Velho e o
Bar (2011) e O Conto, A Selva e O Fim (2016).
Sobrevive foi disponibilizado em CD e nos formatos
digitais no início de setembro. O disco traz oito músicas em 43 minutos e
entrega um rock bem na cara, repleto de riffs e uma performance instrumental
certeira. O som não é focado na técnica mas sim na energia, na pegada, e o
punch que o trio coloca em suas composições contagia o ouvinte.
Variando entre momentos mais selvagens como a ótima
abertura “Hey Você!” e “São Muitos que Se Vão”, além do apelo pop da contemplativamente
ensolarada “Não Sou de Esperar”, a banda brilha mesmo quando aproxima-se de seu
lado mais psicodélico – ou viajante, chame como quiser. É explorando as diferentes
dinâmicas de composições como as ótimas “Vou Embora”, as duas partes de “Sofisma”
e na sensacional “Brasil”, que fecha o disco, que a banda mostra toda a sua
força.
Sobrevive é um ótimo exemplo de como o rock segue vivo e
criativo aqui no Brasil, apesar de praticamente ignorado pelos veículos de
massa. O Picanha de Chernobill é uma banda excelente e que espero que tenha
mais espaço, já que tanto lírica quanto musicalmente o trabalho do trio formado
por Matheus Mendes (vocal e baixo), Chico Rigo (guitarra e vocal) e Leonardo
Ratão (bateria) é muito acima da média e digno de todos os elogios possíveis.
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