
Novo e nono álbum da banda alemã RPWL, Tales From Outer
Space foi lançado no final de março na Europa e chega ao mercado brasileiro
através da Hellion Records, que já havia produzido a edição nacional do disco
de estreia do quarteto, God Has Failed (2000).
Formada por Yogi Lang (vocal e teclado), Kalle Wallner
(guitarra e baixo), Markus Jehle (teclado) e Marc Turiaux (bateria), a banda
conta com a participação do excepcional Guy Pratt na faixa “Not Our Place to Be”. Pratt é um cantor, compositor e multi-instrumentista
inglês que possui uma longa associação com o Pink Floyd no período pós-Roger
Waters, tocando na turnê dos álbuns A Momentary Lapse of Reason (1987) e The
Division Bell (1994) – ele gravou todos os baixos deste último, inclusive,
enquanto o instrumento foi assumido por Tony Levin na gravação de A
Momentary Lapse of Reason. Sua performance pode ser apreciada nos ótimos álbuns
ao vivo Delicate Sound of Thunder (1988) e Pulse (1995).
A relação com o lendário Pink Floyd vai além. O RPWL é
muito influenciado pela banda inglesa e surgiu, inclusive, de uma banda cover
do Pink Floyd montada pelos músicos em 1997. Além disso, os alemães lançaram
dois discos ao vivo tocando canções do quarteto inglês: RPWL plays Pink Floyd
(2015) e RPWL plays Pink Floyd’s The Man and the Journey (2016), suíte que o
Floyd apresentou na tour de 1969 e que trazia canções do período inicial da
banda, faixas inéditas e composições que entrariam em álbuns posteriores como
Ummagumma e a trilha do filme More, ambos lançados naquele ano.
Tales From Outer Space vem com sete músicas e cinquenta minutos,
e apresenta um rock progressivo clássico com toques contemporâneos, onde ficam
claras também as influências de Porcupine Tree e dos discos mais recentes de
Steven Wilson, porém sem o peso que Wilson tem adicionado aos seus últimos álbuns. Se você curte outra referência do prog atual, a banda polonesa
Riverside, é provável que também goste do trabalho dos alemães.
O som do RPWL bebe de forma profunda na tradição
floydiana, resultando em uma música elegante, cheia de momentos contemplativos
e que conversa diretamente com a obra criada por Roger Waters e David Gilmour.
Porém, isso não significa que estejamos diante de um clone, já que a banda imprime
o seu toque especial e reflete isso através de canções muito bem feitas. A voz
de Lang possui um registro semelhante à de Gilmour, transmitindo a mesma
sensação de tranquilidade, enquanto o aspecto instrumental é extremamente bem
executado.
Destaque para “A New World”, “Welcome to the Freak Show”,
“What I Really Need” e para a suíte “Light of the World”, com mais de dez
minutos.
Se você está à procura de um bom e atual disco de rock
progressivo, aqui está uma ótima opção.
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