Review: RPWL – Tales From Outer Space (2019)



Novo e nono álbum da banda alemã RPWL, Tales From Outer Space foi lançado no final de março na Europa e chega ao mercado brasileiro através da Hellion Records, que já havia produzido a edição nacional do disco de estreia do quarteto, God Has Failed (2000). 

Formada por Yogi Lang (vocal e teclado), Kalle Wallner (guitarra e baixo), Markus Jehle (teclado) e Marc Turiaux (bateria), a banda conta com a participação do excepcional Guy Pratt na faixa “Not Our Place to Be”. Pratt é um cantor, compositor e multi-instrumentista inglês que possui uma longa associação com o Pink Floyd no período pós-Roger Waters, tocando na turnê dos álbuns A Momentary Lapse of Reason (1987) e The Division Bell (1994) – ele gravou todos os baixos deste último, inclusive, enquanto o instrumento foi assumido por Tony Levin na gravação de A Momentary Lapse of Reason. Sua performance pode ser apreciada nos ótimos álbuns ao vivo Delicate Sound of Thunder (1988) e Pulse (1995).

A relação com o lendário Pink Floyd vai além. O RPWL é muito influenciado pela banda inglesa e surgiu, inclusive, de uma banda cover do Pink Floyd montada pelos músicos em 1997. Além disso, os alemães lançaram dois discos ao vivo tocando canções do quarteto inglês: RPWL plays Pink Floyd (2015) e RPWL plays Pink Floyd’s The Man and the Journey (2016), suíte que o Floyd apresentou na tour de 1969 e que trazia canções do período inicial da banda, faixas inéditas e composições que entrariam em álbuns posteriores como Ummagumma e a trilha do filme More, ambos lançados naquele ano.

Tales From Outer Space vem com sete músicas e cinquenta minutos, e apresenta um rock progressivo clássico com toques contemporâneos, onde ficam claras também as influências de Porcupine Tree e dos discos mais recentes de Steven Wilson, porém sem o peso que Wilson tem adicionado aos seus últimos álbuns. Se você curte outra referência do prog atual, a banda polonesa Riverside, é provável que também goste do trabalho dos alemães.

O som do RPWL bebe de forma profunda na tradição floydiana, resultando em uma música elegante, cheia de momentos contemplativos e que conversa diretamente com a obra criada por Roger Waters e David Gilmour. Porém, isso não significa que estejamos diante de um clone, já que a banda imprime o seu toque especial e reflete isso através de canções muito bem feitas. A voz de Lang possui um registro semelhante à de Gilmour, transmitindo a mesma sensação de tranquilidade, enquanto o aspecto instrumental é extremamente bem executado.

Destaque para “A New World”, “Welcome to the Freak Show”, “What I Really Need” e para a suíte “Light of the World”, com mais de dez minutos.

Se você está à procura de um bom e atual disco de rock progressivo, aqui está uma ótima opção.

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