Review: Whitesnake – Lovehunter (1979)



Obra-prima da banda! Fantástico, simplesmente! David Coverdale não era apenas mais um galã para as mulheres da época e o Whitesnake chegava, no final da década de 1970, ao seu segundo disco mais afiado do que nunca.

“Long Way From Home” é daquelas que custa enjoar. Ainda mais com a dupla Micky Moddy e Bernie Marsden nas guitarras. Aliás, a banda tinha como atrativo todos os seus integrantes. 

Além dos vocais de Coverdale e da dupla fantástica de guitarristas, encontramos aqui Jon Lord, principal figura do Deep Purple. No ano seguinte, Ian Paice, também do Purple, assumiria as baquetas ,mas aqui temos um grande profissional chamado Dave Dowle. Ao lado de Neil Murray (que mais tarde faria parte do Black Sabbath), Dowle mantém a banda unida em “Walking in the Shadow of the Blues”.

“Help Me Thro’ the Day” é um blues dor de cotovelo bem feito, com passagens sentimentais de guitarras. É neste tipo de música que Coverdale se mostra por inteiro. Quem já assistiu ao vivo ou em vídeo sabe que existe toda uma interpretação corporal por parte dele. “Medicine Man” é um rock legal, porém simples, o que não tira o mérito da banda. O disco fecha o primeiro lado com “You ‘n’ Me”, com Coverdale dividindo os vocais com Bernie Marsden, lembrando muito a fase que o vocalista teve no Deep Purple, quando dividia os vocais com o baixista Glenn Hughes. Até aqui, perfeito o disco.


Caso você tenha este álbum em CD, não vai precisar virar nada para encontrar “Mean Business” e o solo de Lord.  Simplesmente a alma do grande Purple incorpora no Whitesnake. Caminho aberto para a música título. “Love Hunter” é chiclete pra caramba. Vicia, gruda na cabeça e você acaba batucando sozinho na sua perna quando se lembra dela pela rua (ou em qualquer outro lugar). Neil Murray dá uma dimensão pulsante à música e o que se ouve são guitarras em slides solando como nos primórdios do blues. Por enquanto, continuamos com um grande disco. Nenhum problema até agora.

“Outlaw” apresenta Bernie Marsden e Micky Moody  (o homem do “slide guitar” da faixa anterior) nos vocais. Esta canção possui um som bem agradável, com teclados absurdamente em sintonia com os demais instrumentos. Uma surpresa para os fãs da banda, que puderam comprovar que Coverdale tinha na sua retaguarda excelentes cantores. David faz falta, mas podemos encarar como uma tentativa que deu certo em “Outlaw”.

“Rock ‘n’ Roll Women” segue a linha de “Medicine Man”. Rock básico, para não complicar e mostrar que a banda manda chumbo grosso em todos os estilos de rock. Uma canção que coloca as mulheres em um pedestal, como só o Whitesnake poderia fazer. “We Wish You Well” serve apenas para se despedir de todos os que seguem a banda. Tanto que nos discos seguintes o título desta faixa apareceria nas linhas destinadas aos créditos e agradecimentos dos músicos.

Epa, acabaram as músicas ...não tem importância. O prazer maior aqui é escutar várias vezes as canções, uma após a outra ou apenas as que mais te despertarem a atenção. 

A cobra branca deixou seu rastro no mundo do rock.

Por Aroldo Antonio Glomb Junior 

Aroldo Antonio Glomb Junior tem 41 anos, é jornalista, Athleticano e fanático por boa música desde que completou seus 10 anos de idade. É o autor do projeto SOBRE O SOM DOS SETENTA, que reúne resenhas de diversos discos lançados durante os anos 1970, escrevendo desde clássicos da década até discos mais obscuros, independente do estilo.  

Comentários

  1. Baita disco.
    A versão de "Help me thro ' the day ", de Leon Russel , caiu muito bem na voz de David Coverdale.
    A única coisa que eu trocaria nesse disco é a ordem das duas primeiras músicas. Começar com "Walking in the Shadow of the Blues " teria um impacto maior para o disco.
    Nota 10

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  2. Um dos discos que mais gosto do Whitesnake! Está no meu top 3, junto com Slide it in e Come and get me.

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  3. Disco impecável, e esta capa que é um tanto chocante.... adoro a Long Way From Home e acho que a música é muito subestimada, nunca aparece nos setlists ou nas bandas covers

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