A morte de Gwen Stacy foi um dos momentos definidores dos quadrinhos. O evento encerrou a era a inocência nas HQs e até hoje é lembrado como uma das histórias mais marcantes e tristes da cronologia do Homem-Aranha. Contextualizando: Peter Parker vivia um lindo amor com a bela Gwen, formando um dos casais mais celebrados da Marvel. Então, sem aviso prévio, em julho de 1973 a editora publicou uma história onde Stacy morre em consequência de uma luta do Homem-Aranha com o Duende Verde. Até aquele momento, mortes de personagens não eram comuns em HQs de super-heróis, e, além disso, as namoradas e esposas dos personagens eram apenas coadjuvantes, sem um papel tão marcante quanto o desempenhado por Gwen.
Ao contrário do conceito de morte nos universos Marvel e
DC, onde o personagem morre em uma edição especial e retorna seis meses depois
em uma tiragem limitada e em capa dura, a partida de Gwen Stacy foi permanente e
mudou não apenas a história do Aranha, mas a própria evolução das HQs. A partir desse evento, aspectos mais realistas passaram a ser
inseridos nos roteiros tanto da Marvel quanto da DC, atingindo o ápice no
retrato cínico e desesperador mostrado em clássicos como Watchmen, publicado na
segunda metade da década de 1980.
Todo esse contexto é relembrado por Jeph Loeb e Tim Sale (a mesma de histórias marcantes do Batman como O Longo Dia das Bruxas) em Homem-Aranha Azul, que está sendo relançada pela Panini em uma nova edição. O título faz parte da tetralogia das cores da dupla, onde Loeb e Sale revisitam o passado de personagens da Marvel em mais três títulos: Demolidor Amarelo, Hulk Cinza e Capitão América Branco – todos estão ganhando novas edições pela Panini.
O que torna Homem-Aranha Azul especial é o fato de ela
conversar diretamente com a marcante morte de Gwen Stacy. Na trama, Peter
Parker relembra e conta para os leitores como conheceu e se apaixonou pelo seu
primeiro amor, e isso é feito de maneira sensacional através do texto sensível e
extremamente lírico de Loeb e pela arte refinada de Sale, que conversa
diretamente com o traço de Steve Ditko e John Romita, artistas que
definiram o visual clássico do Aranha. O resultado é uma história de amor
emocionante e muito bonita relatada em uma HQ de super-herói, algo bastante
incomum de se encontrar por aí, e que coloca Peter Parker entre Gwen Stacy e
Mary Jane Watson: o amor da sua vida e a mulher que o fez redescobrir o amor.
Homem-Aranha Azul é daqueles tipos de histórias em
quadrinhos que você pode indicar ou dar de presente para aquele seu amigo/amiga que não gosta do formato, e mesmo assim ele se surpreenderá com o que irá
ler.
Uma HQ ótima e linda, que deveria estar em catálogo
permanente no acervo da Panini. Espero que isso aconteça com essa nova edição.
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