Scott Stapp foi uma das grandes vozes da segunda metade
da década de 1990 e início dos anos 2000. À frente do Creed, conduziu a banda
para o status de uma das mais populares daquela época, vendendo literalmente
milhões de discos em todo o planeta. O quarteto se separou em 2004, retornou em
2009 com um novo disco e desde então permanece em hiato. Esse processo todo
gerou uma nova grande banda, o Alter Bridge, que conta com o trio de
instrumentistas do Creed – o guitarrista Mark Tremonti, o baixista Brian
Marshall e o baterista Scott Phillips, mais o vocalista Myles Kennedy -,
enquanto Stapp seguiu carreira solo.
The Space Between the Shadows é o terceiro álbum solo do
vocalista e foi lançado em julho pela Napalm Records, com produção da dupla Scott
Stevens e Marti Frederiksen, e ganhou edição nacional através da Hellion
Records. O trabalho vem com 12 canções inéditas e traz Scott ao lado de Yiannis
Papadopoulos (guitarra), Ben Flanders (guitarra), Sammy Hudson (baixo) e Dango
Cellan (bateria).
Scott Stapp entrega em The Space Between the Shadows um
disco bastante emocional, com letras muito pessoais e que mostram como a fé (ele é cristão declarado) foi
fundamental para que o músico conseguisse se reerguer após sérios problemas de
saúde mental apresentados nos últimos anos. Stapp é transparente em sua luta
para se manter saudável e limpo, e não esconde esse processo nas músicas. O
resultado é um disco bastante verdadeiro e autêntico, que varia entra canções
mais agitadas e várias baladas, sempre amparadas por doses generosas de peso.
O trabalho de composição, realizado pelo quarteto Blair
Daly (que já trabalhou para nomes como Lynyrd Skynyrd, Halestorm e Carrie Underwood),
Kevin Howard Gruft, Zac Maloy e Marti Frederiksen (produtor e autor de canções
para artistas como Aerosmith, Ozzy Osbourne e Mötley Crüe, entre outros) e com
letras escritas prioritariamente por Stapp, é excelente. Há uma arquitetura
harmônica e um trabalho de melodia muito bem feitos, o que resultado em um álbum extremamente bem executado e que proporciona uma audição que agrada de imediato.
Trata-se com folga do melhor álbum solo de Scott Stapp – anteriormente o
cantor lançou The Great Divide (2005) e Proof of Life (2013).
Entre as músicas, destaques para “World I Used to Know”, “Name”,
a ótima “Purpose for Pain” (a melhor do disco), “Survivor”, “Face of the Sun”, “Red
Clouds” e “Last Hallelujah”.
Surpreendentemente, um dos melhores álbuns de
2019.
Scott Stapp está de volta ao jogo.
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