
Em um dos maiores acertos editoriais do mercado de quadrinhos em 2019, a editora Devir lançou a Biblioteca Will Eisner, coleção em dois volumes que traz obras mais do que clássicas do quadrinista norte-americano.
William Erwin Eisner é considerado o maior, mais
importante e mais influente nome da história dos quadrinhos. Sua obra mudou a
indústria e a forma de fazer HQs, elevou os quadrinhos a um novo patamar e
foi essencial para que a crítica e os veículos jornalísticos “sérios”
passassem a enxergar e a tratar as HQs como uma mídia que ia muito além do
público infantil. Eisner é considerado o criador das graphic novels, termo
criado por ele no final da década de 1970 para mostrar que a obra que dá nome a
esse volume, Um Contrato com Deus, era muito mais do que uma coleção de tiras e
que possuía uma profundidade narrativa que não devia nada a qualquer livro do período. Além disso, o maior prêmio da indústria dos quadrinhos em
todo o mundo leva o seu nome, o Eisner Award.

O primeiro volume da Biblioteca Will Eisner vem com capa dura e 528 páginas, com prefácio escrito pelo próprio autor e posfácio com autoria de Leandro Luigi Del Manto, editor da Devir. Aqui temos reunidos três grandes histórias: Um Contrato com Deus (1978), A Força da Vida (1988) e Avenida Dropsie (1995). Todas trazem relatos vivenciados por Eisner ou inspirados em sua própria vida. A mais marcante a aclamada de todas é Um Contrato com Deus, em que um religioso que sempre dedicou a vida à sua crença se vê subitamente sem fé ao ver a morte de sua filha. Em A Força da Vida presenciamos diversos pequenos contos sobre personagens do cotidiano, e em Avenida Dropsie somos testemunhas do nascimento de uma das regiões mais populosas de Nova York, que vai da origem na aristocracia europeia e avança até se tornar um imenso cortiço, retomando seus dias de glória no final.
A principal qualidade de Eisner é ser um cronista da
vida. Seus personagens são humanos, cheios de imperfeições, e por isso mesmo tão
verdadeiros. Não há romantização, soluções fáceis ou finais felizes. O que
lemos é a própria vida como ela é, e nesse aspecto o universo mostrado por Will
Eisner nas histórias presentes neste primeiro volume não estão tão distantes do
que Nelson Rodrigues nos mostrou em A Vida Como Ela É. Ambos usam seu talento
para contar a trajetória de pessoas comuns, sem feitos extraordinários, mas
especiais e interessantes mesmo assim. E o resultado é um retrato fortíssimo e emocionante de
todos nós.
O segundo volume da Biblioteca Will Eisner já foi
anunciado pela Devir e será lançado nos primeiros meses de 2020.
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Esse livro é fantástico! Eu tenho Quadrinhos e Arte Sequencial, O Sonhador, O Edifício e O Nome do Jogo. Minha chance de completar a coleção!
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