
Surgidos das cinzas do lendário At the Gates após sua
separação em meados dos anos 1990, os suecos do The Haunted foram um dos principais
nomes a colaborar com a retomada do thrash metal nos anos 2000, numa época em
que apresentaram ao mundo trabalhos memoráveis que mesclavam tanto uma forte
influência da velha escola do gênero como novos elementos que colaboraram para
dar um ar de modernidade a ele.
Em 2012, após a recepção dividida álbum Unseen, lançado
no ano anterior e marcado pelo maior nível de experimentalismo num trabalho da
banda, tensões e divergências internas vieram à tona culminando na saída de 3/5
da banda (incluindo o guitarrista Anders Björler, membro fundador, além de ser a
segunda vez em que o vocalista original Peter Dolving pedia as contas). Os
membros remanescentes Jonas Björler e Patrik Jensen (baixo e guitarra, respectivamente), decidiram seguir em frente e para isso trouxeram de volta ao
time o baterista Adrian Erlandsson (que já havia participado da primeira
formação) e o vocalista Marco Aro (que esteve na banda entre 1999 e 2003), além
do guitarrista Ola Englund. Essa foi a formação que lançou o excelente Exit Wounds
em 2014, que prosseguia com a linha adotada nos discos The Haunted Made Me Do
It (2000) e One Kill Wonder (2003), marcados principalmente pela agressividade
vocal de Marco Aro, próxima tanto do death metal tradicional quanto do lado
mais extremo do hardcore. Três anos depois veio o seu sucessor, Strength in
Numbers.
Neste trabalho, a banda que antes era vista como uma das
responsáveis por trazer “novos ares” ao thrash parece ter entrado numa zona de
conforto. Não há exatamente uma grande diferença entre o que podemos conferir neste
álbum e o seu predecessor, porém eles parecem reforçar o que sabem fazer de
melhor: ao longo de dez faixas, o grupo mais uma vez deixa claro toda a
influência que teve de titãs como Slayer e Exodus com performances mais do que
respeitáveis com todos os seus instrumentos, além da voz furiosa de Marco Aro,
tão boa quanto a registrada nos trabalhos da sua primeira passagem na banda. Um
destaque em especial vai para a sequência com a abertura instrumental “Fill the
Darkness with Black”, seguida pela pedrada “Brute Force” e a monumental
“Spark”, que remonta aos melhores momentos do The Haunted no começo dos anos
2000, com doses precisamente calculadas de melodia e groove temperando a
violência sonora característica do grupo. Essa trinca basicamente dita o tom do
que será ouvido no restante do álbum.
Com pouco menos de 40 minutos de duração, Strength in
Numbers é o The Haunted apresentando mais um álbum sólido dentro de sua
proposta musical, que certamente agradará aos fãs da fase mais agressiva da
banda e talvez não chegue a cativar tanto os ouvidos daqueles que tinham apreço
pela pegada mais experimental e ousada dos trabalhos com Dolving nos vocais,
mas que no fim das contas prova que o thrash metal que a banda ajudou a retomar
hoje segue firme e forte, ainda que pareça menos aberto a novidades como esteve
antes.
Por Rodrigo Façanha
Sou alucinado nesse disco e muito fã da banda, Ola mandou bem e o lance deles é mesmo thrash e o melhor do mundo, inclusive pra mim seu primeiro de 98' é o clássico dos classicos insuperável!
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