
Nono álbum do Metallica, lançado em 12 de setembro de
2008.
Gravado entre 14 de março de 2007 e 22 de maio de 2008 em
Los Angeles, San Rafael e Malibu.
Produção de Rick Rubin.
Primeiro disco do Metallica desde o ... And Justice for
All (1988) a não ser produzido por Bob Rock. Todos entre Black Album (1991) e St. Anger (2003) foram
produzidos por Rock.
Primeiro álbum do Metallica com o baixista Robert
Trujillo, que entrou na banda em fevereiro de 2003 antes do lançamento de St.
Anger - que aconteceria apenas em junho daquele ano - mas após a gravação do
disco.
Musicalmente marca um retorno do Metallica ao thrash
metal, gênero que a banda não explorava há então duas décadas, desde o seu
quarto disco, ... And Justice for All. Músicas mais complexas, mudanças de andamento constantes,
riffs e solos alinhados com o estilo dão a tônica do trabalho.
É o primeiro álbum do grupo a trazer uma faixa
instrumental desde ... And Justice for All. “Suicide & Redemption” retoma
uma tradição presente nos quatro primeiros discos da banda com “Anesthesia”,
“The Call of Ktulu”, “Orion” e “To Live is to Die”.

Death Magnetic fez história ao transformar o Metallica na
primeira banda a chegar ao topo do Billboard 200 com cinco discos consecutivos,
em uma sequência que teve Black Album, Load, Reload e St. Anger, além de Death
Magnetic.
O disco rendeu seis indicações ao Grammy nas
edições de 2009 e 2010, sendo que a banda venceu em Melhor Performance de Metal
em 2009 com “My Apocalypse” e foi indicada como Melhor Performance de Rock
Instrumental por “Suicide & Redemption”, Melhor Álbum de Rock, Melhor
Projeto Gráfico e Melhor Produtor, todas em 2009, e por Melhor Performance de
Hard Rock em 2010 por “The Unforgiven III”, categoria que foi vendida pelo
AC/DC com “War Machine”, música presente no álbum Black Ice (2008).
A turnê World Magnetic levou o Metallica para a estrada de
outubro de 2008 a novembro de 2010 e passou pelo Brasil em janeiro de 2010 com um
show em Porto Alegre, no Parque Condor, e duas apresentações em São Paulo, no
Estádio do Morumbi.

James Hetfield falou sobre o significado do título do
disco: “Death Magnetic, pelo menos o título, para mim começou como uma espécie
de homenagem às pessoas que perdemos ao nosso redor como Layne Staley e muitas
pessoas que morreram ao longo dos anos. Basicamente mártires do rock and roll.
E então meio que cresceu a partir daí, pensando na morte e como algumas pessoas
são atraídas por ela como um ímã, e outras têm medo disso e empurram para
longe. Além disso, o conceito de que todos nós vamos morrer às vezes é
exagerado e muitas vezes nunca é discutido - ninguém quer trazer isso à tona, é
o grande elefante branco na sala de estar. Mas todos nós temos que lidar com
isso em algum momento”.
A letra de “My Apocalypse” cita a nome do disco.
A banda pensou em batizar o álbum como Songs of
Suicide and Forgiveness, mas acabou decidindo por Death Magnetic ao perceber
que todas as canções tratavam, em maior ou menor grau, da morte.

A banda queria novas ideias para a capa de Death
Magnetic, e o álbum acabou então tendo a capa e o conceito gráfico desenvolvidos pela agência Turner Duckworth.
A capa combina um caixão, um túmulo e um campo magnético,
em uma imagem clicada pelo fotógrafo Andy Grimshaw. A capa é predominantemente
branca para contrastar de maneira proposital com a estética do metal, que é
cheia de tons mais escuros e sombrios.
O digipack original possui um corte em camadas, com cada
página do encarte parecendo mais um elemento sendo jogado no caixão.
Death Magnetic é o primeiro álbum a ter o logotipo
original do Metallica desde o Black Album.

Além das dez músicas presentes no disco, outras foram
registradas nas sessões de gravação e acabaram sendo lançadas no EP Beyond
Magnetic, que saiu em 2011.
O disco possui 74 minutos e musicalmente sua abordagem
conversa de maneira direta com os quatro primeiros álbuns do Metallica, o que
faz com que uma parte dos fãs mais radicais considerem Death Magnetic como o
quinto álbum do Metallica e o sucessor por direito de ... And Justice for All,
ignorando tudo que veio a partir do Black Album.
Death Magnetic repete St. Anger e é o segundo álbum do
Metallica em que as composições são creditadas a todos os integrantes. A
diferença é que em St. Anger o quarto crédito foi para Bob Rock e aqui vai para
Robert Trujillo.

O disco foi muito bem recebido pela crítica.
O AllMusic afirmou que Death Magnetic era como ouvir o Metallica
soando como o Metallica novamente.
O The Guardian disse que Death Magnetic é o material mais
forte que a banda escreveu em vinte anos.
A Uncut declarou que, assim como todos os melhores discos
de metal, Death Magnetic conecta o ouvinte diretamente com o seu adolescente
interior.
O The Observer afirmou que é uma alegria ver a banda de
volta ao atemporal heavy metal.
Ao analisar o disco em 2008 na Collectors Room,
afirmei que Death Magnetic é, com sobras, o melhor trabalho do grupo desde o
Black Album e que ele agradará todo e qualquer fã que cresceu junto com o banda
e esperou longos dezoito anos para ver o Metallica soar novamente como deveria.
No entanto, a produção de Rick Rubin foi bastante criticada, com a compactação do áudio tendo comprometido a qualidade
sonora do disco.
O The Guardian observou que isso era fruto da “loudness
war”, o esforço contínuo da indústria em tornar as gravações o mais alto
possível.
Essa “guerra do volume” se intensificou nos últimos anos,
com os instrumentos com volume cada vez mais alto na mixagem final de alguns
discos, o que praticamente anula a dinâmica entre cada um dos instrumentos
tocados, formando uma grande massa sonora que chega até o ouvinte.
Particularmente não gosto dessa tendência, acho que ela prejudica o resultado
final dos álbuns e torna os discos mal mixados, e um exemplo recente disso está
em Gold & Grey, trabalho mais recente do Baroness.
Existe uma versão de Death Magnetic remixada
exclusivamente para o iTunes, onde esse problema foi corrigido.

Death Magnetic foi eleito o melhor disco de 2008 pela revistas Revolver, Metal Hammer e Kerrang, e ficou em terceiro lugar na lista de melhores álbuns de 2008 da Time, principal revista semanal de notícias dos Estados Unidos.
O disco estreou em primeiro lugar na Billboard 200,
vendendo 490 mil cópias em apenas três semanas, e permaneceu durante 50 semanas
na parada da Billboard.
Death Magnetic chegou ao primeiro lugar em 26 países,
vendeu mais de 2 milhões de cópias nos Estados Unidos e mais de 6 milhões em
todo o mundo.
O disco rendeu seis singles: “All Nightmare Long”,
“Cyanide”, “The Day That Never Comes”, “The Judas Kiss”, “My Apocalypse” e
“Broken, Beat & Scarred”, e todas as músicas do álbum foram executadas ao vivo.

MINHA OPINIÃO
Death Magnetic é a ressurreição do Metallica após o caos
de St. Anger.
O disco transparece a recuperação de James Hetfield, que
entrou para a reabilitação em 2003 e aqui ressurge cuspindo riffs por todos os
cantos. E James é a alma do Metallica.
É um disco em que a banda olha para o passado e busca
elementos dos anos 1980 com o objetivo de recuperar a sua imagem depois de um
disco tão problemático e fraco como St. Anger.
O resultado é positivo, ainda que alguns fatores
prejudiquem o saldo final.
O principal deles é a produção de Rick Rubin, que deixou
tudo muito comprimido na mixagem, comprometendo o som do álbum.
O outro é a presença de algumas músicas que, na tentativa
de resgatar elementos do passado, acabam apenas reciclando ideias antigas, o
que faz com que o disco soe homogêneo tanto para o bem quanto para o mal
sentido.
Os principais destaques são a abertura com “That Was Just
Your Life”, “The End of the Line”, a balada “The Day That Never Comes”, “All
Nightmare Long” (a melhor do álbum), o retorno a elementos de Load e Reload na
grudenta “Cyanide” e a instrumental "Suicide& Redemption".
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