
No fim da década de 1990,
a banda abordou uma sonoridade mais comercial e com vocais limpos, adicionando
elementos de eletrônico que ajudaram a alavancar sua fama ao redor do mundo. No
entanto, desde The Plague Within (2015) o grupo vem novamente inserindo de
maneira gradativa os vocais guturais em sua sonoridade. Em Medusa (2017) isso foi
apresentado de maneira ainda mais saliente que o antecessor, mas nesse novo
registro essa técnica retornou com força máxima, abrangendo quase que a
totalidade das linhas vocais nos cinquenta e seis minutos de duração do álbum.
Desde Gothic (1991) que Nick Holmes não cantava de maneira tão melancólica e
arrastada, parecendo um homem cansado e abandonado e que caminha colocando um
pé na frente do outro, recusando-se a desistir.
O disco abre com os arpejos
lindos ao violão da introdução de “Darker Thougths”, onde Nick canta: "Com
a paz interior acabada, você reza / Todos esses pensamentos sombrios estão
voltando para ficar”. Parece bem adequado para o momento em que vivemos, onde
lutamos dia após dia contra um inimigo invisível e ao mesmo tempo tentamos nos
manter com a mente sã. Essa faixa, juntamente com “Fall From Grace” e “Ghosts”
(que traz na letra um recado para um alvo definido - “for Jesus Christ” -
e vai direto ao ponto sem rodeios, em vez de tornar a mensagem interpretativa
para o ouvinte) formam uma trinca matadora já
logo de cara, sendo essa última forte candidata a clássico.
Composta por um riff
arrastado tocado por Aaron Aedy que é coberto por dedilhados elegantes de Greg Mackintosh
e com vocais limpos durante o início mas que explodem em agressividade do meio
para o fim, “The Devil Embraced” tem todos os elementos góticos que a banda
tanto gosta. Outro grande momento em Obsidian é “Ending Days”, com sua linha de
violino fazendo uma ótima cama sonora durante o refrão e tornando essa faixa
mais viciante a cada nova audição. O trabalho do baterista Waltteri Väyrynen nessa
música é bastante interessante, demonstrando estar bem mais entrosado com os
outros quatro integrantes nesse novo trabalho. “Forsaken” tem andamento mais
acelerado e "Hope
Dies Young" não traz nada de empolgante ou atraente. Já “Serenity” traz o
baixo de Steve Edmondson distorcido e
soando em destaque.
No Paradise Lost nenhum
músico é extremamente técnico, mas todos são competentíssimos. Com as melodias
viciadas da dupla de guitarras e piano e cordas aprimorando
as composições, Obsidian é mais um dos picos da carreira da banda, assim como Gothic
e Draconian Times também o foram. É difícil manter-se atualizado e relevante com mais de trinta
anos de carreira e dezesseis álbuns, mas o Paradise Lost continua
impressionando enquanto segue sua jornada.
Por Diego Colombo
Baita álbum
ResponderExcluirDiscaço! Um dos melhores do ano até agora...
ResponderExcluirSensacional, não me canso de ouvir.
ResponderExcluirEspetacular!!! som pra apagar as luzes e colocar nas alturas no fone!! Top!!
ResponderExcluirMuito bem trampado! Soube dosar o doom e o gothic principalmente nos vocais ! Esse álbum é lindo passar a sensação de saudade, solidão, frio e esperança. Sensacional
ResponderExcluirMuito bem trampado! Soube dosar o doom e o gothic principalmente nos vocais ! Esse álbum é lindo passar a sensação de saudade, solidão, frio e esperança. Sensacional
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