Review: Gary Moore – Live From London (2020)


Assim como diversas outras lendas da música, Gary Moore morreu muito cedo. E apesar de ter vencido a síndrome dos 27 anos (idade com a qual partiram desse mundo Hendrix, Morrison, Janis, Kurt e Amy, além de vários ídolos), o vocalista e guitarrista norte irlandês acabou falecendo em 2011, aos 58 anos. Era para estar vivo e produzindo música, mas o alcoolismo acabou causando um ataque cardíaco e ficamos órfãos.


Porém, a indústria musical nos dá alguns presentes de tempos em tempos. Live From London é um deles. O álbum, que saiu lá fora em LP duplo e CD pela gravadora Provogue, ganhou edição especial em digipack pela Hellion Records e vale cada centavo do investimento. São treze músicas e quase 80 minutos de um show realizado na capital inglesa em 2 de dezembro de 2009, mais precisamente no palco da Islington Academy. Moore é acompanhado pelo trio Vic Martin (teclado), Peter Rees (baixo) e Steve Dixon (bateria) em uma performance incendiária.


Cantando de maneira incrível e tocando sua guitarra de forma sublime e agressiva, Gary Moore eterniza no palco todas as razões que o transformaram em lenda. Com uma longa carreira (foram 17 álbuns solo, dezenas de participações especiais e projetos, além de fazer parte de bandas como o Thin Lizzy), o guitarrista transitou entre o rock,  hard e o blues em sua trajetória, destacando-se em todas essas empreitadas. Ainda que seu nome seja lembrado por grande parte dos fãs principalmente pelo enorme sucesso de “Still Got the Blues”, Gary foi bem mais que apenas uma canção.


Em certos momentos, Live From London chega a lembrar a ferocidade que outro ícone também morto precocemente, Stevie Ray Vaughan, apresentava em cima de um palco. Gary Moore é sanguíneo, toca com feeling imenso e o resultado é um dos melhores álbuns ao vivo dos últimos anos. Tudo é muito bom – os solos vão fazer a alegria dos fãs, a interação com a banda é exemplar, a alma que Moore despeja em cada frase que canta emociona -, mas algumas canções acabam se destacando como a versão para a imortal “All Your Love”, “Oh, Pretty Woman”, “Walking by Myself”, “The Blues is Alright”, “Still Got the Blues” (que segue linda) e “Parisienne Walkways” (esta última, parceria de Moore com o brother Phil Lynott, do Thin Lizzy, e presente na estreia solo do guitarrista, Back on the Streets, lançada em 1978).


Se você gosta de blues, ou de rock, ou de música, Live From London vai cair como uma luva em sua coleção.

 

 

 


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