Quinto álbum solo de Kiko Loureiro, Open Source traz o
guitarrista do Megadeth ao lado dos companheiros dos tempos de Angra Felipe
Andreoli (baixo) e Bruno Valverde
(bateria). O disco é o sucessor de Sounds of Innocence (2012) e completa uma
discografia que conta também com No Gravity (2005), Universo Inverso (2006) e
Fullblast (2009).
Kiko Loureiro é, sem sombra de dúvida, um dos maiores
guitarristas brasileiros. E desde a sua ida para o Megadeth, em 2015, esse
status acabou se amplificando. Dono de uma técnica irrepreensível, uma
criatividade inquieta e uma musicalidade ampla, Kiko mostra em Open Source
todas as qualidades que o fazem ser quem é. As onze músicas do álbum tem o
metal como ponto de partida, mas não se prendem exclusivamente a ele. As
influências de fusion permeiam todo o trabalho, além das sempre bem-vindas
incursões pela música brasileira. Os riffs deixam clara uma aproximação de Kiko com o lado mais contemporâneo do metal, de nomes como Leprous, The Caligula's
Horse, Animals as Leaders, Periphery e Between the Buried and Me, entre outros,
o que torna o som extremamente atual e sem os vícios do metal mais tradicional.
Resumindo: é uma sonoridade muito moderna e extremamente cativante, com Kiko
soando ao mesmo tempo experimental e extremamente musical.
Felipe Andreoli e Bruno Valverde também brilham e fazem da união entre
baixo e bateria um dos pontos altos do disco. Extremamente técnicos, os dois
exploram andamentos e harmonias bastante distantes do Angra, o que era esperado
e é extremamente saudável.
Entre as músicas gostei muito de “Edm (E-Dependent Mind)”,
“Imminent Threat” (com participação de Marty Friedman, guitarrista da formação
mais clássica do Megadeth), a linda “Sertão”, “In Motion”, “Running with the
Bulls” e "Du Monde".
Kiko Loureiro é uma lenda não só do metal brasileiro, mas
da música de nosso país. O reconhecimento ao seu trabalho é mais do
que merecido. Um músico brilhante e que deveria ser muito mais reverenciado do
que realmente é. A maturidade demonstrada não só em Open Source mas também em
suas entrevistas nos últimos anos (acompanhe o canal do guitarrista no YouTube
e perceba isso) mostram um músico cada vez mais distante do personagem que fez fãs colecionarem histórias não tão agradáveis ao longo dos anos. Esse
Kiko já não existe mais e deu lugar a um músico completo em todos os níveis e a um ser humano totalmente diferente. E
Open Source é uma prova cabal desse novo momento.
Para encerrar, menção à belíssima capa criada pelo
designer brasileiro Gustavo Sazes.
Seria excelente se alguma gravadora lançasse Open Source
em mídia física aqui no Brasil. Vamos torcer por isso.
Opa! Já comprei em CD! Galeria do Rock! Guitarrista gente grande!
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