Novo álbum do AC/DC não será lançado no Brasil


Já se imaginava, mas agora é oficial: Power Up, o aguardado novo disco do AC/DC, não terá edição nacional. O novo álbum da lendária banda australiana será lançado em todo o mundo sexta, 13/11, com exceção do Brasil e da América Latina. A informação foi dada pela Sony Music, gravadora da banda no país, para o site AC/DC Brasil – leia a matéria completa aqui.

A Sony está saindo do mercado fonográfico em países como o Brasil e a Argentina, onde encerrou a produção, a distribuição e o licenciamento de novos lançamentos. Curiosamente, outro disco de um contratado da Sony lançado este ano lá fora e que não teve edição brasileira – Ordinary Man, de Ozzy Osbourne -, acabou ganhando uma edição argentina que inclusive está sendo importada por lojistas de todo o Brasil.

Escrevi uma matéria há pouco mais de dois meses intitulada O Fim do CD no Brasil (leia aqui) e gravei um vídeo sobre o mesmo assunto para o canal da Collectors no YouTube (assista aqui), na época abordando a decisão da Universal Music de não lançar S&M2, do Metallica, em edição nacional – a gravadora acabou disponibilizando o disco por aqui pelo valor inacreditável de R$ 174,90 para um CD duplo “nacional”, entre aspas mesmo.

Quando publiquei esse texto e o vídeo, recebi diversos comentários lamentando o fato mas também diversas interações minimizando e até mesmo ridicularizando a minha opinião, com pessoas dizendo que eu estava torcendo contra o mercado fonográfico brasileiro. Além disso, diversos lojistas publicaram textos afirmando que isso era mentira, que estavam vendendo como nunca e que era exagero afirmar o que afirmei.

Pois bem: agora, além do Metallica, temos o AC/DC também sem o seu novo álbum lançado em edição nacional. Duas das maiores bandas do mundo, com enorme contingente de fãs no Brasil, sem edições brasileiras de seus novos discos. Juntem-se a eles artistas como Ozzy, Pearl Jam, Bruce Springsteen, Paul McCartney, Pearl Jam, Bob Dylan e outros. Só nomes gigantes

Ninguém torce contra, todo mundo lamenta. Mas não dá para não admitir que o mercado mudou, e muito. Antes era exceção um disco de uma grande banda não sair aqui. Hoje, a regra é que os lançamentos não saiam mais em mídia física no Brasil. Nichos continuam fortes, como o mercado de metal fomentado por selos médios e pequenos, mas eles atuam em uma parcela cada vez mais restrita do mercado, e isso é facilmente perceptível pela tiragem padrão dos novos lançamentos de gravadoras como Shinigami e Hellion, que contam com apenas 300 cópias disponíveis para um país de mais de 210 milhões de habitantes como o nosso. Aliás, isso leva a outra pergunta: qual o tamanho do público de rock no Brasil? E qual a porcentagem desse público que segue comprando mídia física?

O mercado mudou. Essa é a nova realidade. Negar o que está acontecendo não ajudará ninguém.

Infelizmente, esse é o novo normal.


Comentários

  1. niguém está negando essa realidade... o que me assusta é a velocidade que isso está acontecendo.
    Poucos anos atrás o mercado já era pequeno e parecia que não tinha mais para onde diminuir, parece qua acharam um porão no fundo do poço.

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  2. ACHO QUE o publico aqui e minusculo pelo tamanho da população, e conheco varios amigos que cresceram comigo mais de 20, que hoje não compram mais nada, alguns pararam, outros escutam em mp3 streaming, dos 20 que compra mesmo so 3. entao, colocando isso para varios rockeiros da epoca, mostra que a quantidade deve ser bem pequena.

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  3. Meu sonho é que estas gravadoras médias e pequenas lancem bandas cult dos anos 70 como Toad, atomic rooster, Trapeze etc...tal como estão fazendo com o metal dos 80. Sobre as bandas grandes...já era viu
    ..vão ser lançamentos pingados mesmo...uma pena...sofre mais ainda quem gosta de Jazz, Soul, etc

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  4. Tem gente que esperneia, não concorda , mas a bem da verdade é que não só a venda de cds, mas o mercado que envolve o rock and roll no Brasil está cada vez mais minguado. O público não se renovou (basta ver que tem cada vez menos jovem curtindo rock), casas de shows fecham, bandas acabam e por aí vai... somente em alguns pouquíssimos lugares no Brasil ainda esse mercado é um pouco relevante.
    Uma vez assisti um vídeo da collectors que parece que o novo do Deep Purple saiu com tiragem de só umas 300 ou 500 cópias salvo engano. Se o Purple vende só isso no Brasil, imagina uma banda nacional nova? Como sobrevive? Vendendo camiseta? Cobrando 30 reais por ingresso?
    E ainda tem gente que vêm com uma fala retrógrada que agora o rock está no devido lugar dele, que é o underground e vai muito bem obrigado... faça esse comentário com quem vive de rock e tem que pagar as contas...

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    1. É por aí mesmo...acho que o saudosismo até meio doentio da cena rock aqui no Brasil contribuiu para esse encolhimento. Não houve renovação ...e se continuar não vão conseguir nem ter um mercado de rock/metal pequeno mas sustentável, quando nós morrermos rs rs rs.

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    2. Ainda bem q comprei novo do Deep Purple, aqui em Americana tem uma loja especializada a https://hmrock.com.br/ e ouvi do proprietário sobre tiragem de cds e ele falou o msm q logo logo não teremos mais grande lançamentos por aqui. triste muito triste.

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  5. Eu, como colecionador de cd's do AC/DC, tive que optar por importar o lançamento direto do site AC/DC Store. Infelizmente essa é a nossa realidade. Com o valor do cd e frete ao valor de 18.16 libras na data de hoje, tive que desembolsar na faixa de 130,00 reais pelo lançamento do cd, de uma das maiores bandas do mundo.

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    1. E isso que deu sorte de não ser taxado hehehe é f#$% mesmo. Bandas como AC/DC e Metallica não terem discos novos lançados no Brasil me parece um sinal gritante... Do Dylan, Neil Young e tal sempre teve aquilo de uns serem lançados, outros não, mas essas duas aí...

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