Review: Larking Poe – Self Made Man (2020)


As irmãs Lovell chegam ao seu quinto disco e mostram porque são apontadas como uma das novas forças e referências do blues rock. Naturais de Nashville, Rebecca (vocal, guitarra e diversos outros instrumentos) e Megan (guitarra, lap steel, teclados e vocais de apoio) lançaram Self Made Man em junho, e o disco foi direto para o primeiro lugar da parada de blues da Billboard.

O álbum traz onze faixas em pouco mais de 35 minutos, com a dupla sendo acompanhada pelo baixista Brent “Tarka” Layman e pelo baterista Kevin McGowan. Rebecca é a grande estrela e força criativa do grupo, dividindo a autoria das canções com a irmã e cantando de maneira cativante. Seu timbre é grave e profundo, e sua interpretação é um dos destaques do disco. Musicalmente a banda caminha pelo blues rock contemporâneo, investindo sem medo em grooves ao mesmo tempo que mantém a sua música conectada às origens do estilo. O resultado é um trabalho muito bem feito que apresenta um leque de influências que vai do Led Zeppelin ao Heart, passando por Allman Brothers e The Black Keys.

Tyler Bryant, da Tyler Bryant and The Shakedown, participa de “Back Down South”, enquanto a versão para “God Moves on the Water”, de Blind Willie Johnson, coloca lado a lado o clássico e contemporâneo. Outros ótimos momentos estão em “She’a a Self Made Man”, “Holy Ghost Fire”, as palminhas pop de “Keep Diggin’” e “Tears of Blue to Gold”, “Scorpion” e o encerramento alto astral com “Easy Street”.

Self Made Man poderia muito bem se chamar Self Made Women, pois a música das irmãs Lovell é do mais alto nível e mostra que a qualidade de um trabalho não tem nada a ver com o gênero de quem o produz. 

 


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