Review: Blackmore’s Night – Nature’s Light (2021)


Há exatos 24 anos, Ritchie Blackmore criou o Blackmore’s Night ao lado de sua esposa Candice, e juntos o casal mergulhou na música renascentista. Ainda que muitos fãs do Deep Purple e do Rainbow sintam falta da guitarra única e incendiária de Blackmore, o trabalho desenvolvido ao lado de Candice é de inegável qualidade, como podemos comprovar mais uma vez com o novo disco do duo.

Nature’s Light é o sucessor de All Our Yesterdays (2015) e foi lançado no Brasil pela Shinigami Records em uma edição digipack. O décimo-primeiro álbum do Blackmore’s Night foi produzido pelo próprio Ritchie e traz dez canções, sendo duas delas novas releituras para antigas composições do próprio grupo (“Darker Shade of Black” e “Wish You Were Here”) e um cover para “Second Element”, de Sarah Brightman.

O objetivo do projeto é conduzir o ouvinte em uma viagem ao passado, mais especificamente à Idade Média. Isso é feito através da exploração de elementos da música renascentista, nascida durante o movimento cultural surgido na Europa entre os séculos XIV e XVI e que marcou a transição para a Idade Moderna. Assim, temos canções construídas com instrumentos acústicos que exploram melodias medievais, contam com alguns elementos eruditos e vocais quase angelicais. Blackmore explora a fundo as influências neoclássicas que sempre possuiu e foram vitais na sonoridade do Rainbow, por exemplo, mas faz isso deixando a guitarra praticamente de lado e tocando instrumentos como violões, violas, harpas e mandolins. A técnica que demonstrou no passado segue intocável, mas aqui servindo para outro propósito. Já Candice Night provou ser uma grande vocalista desde o primeiro álbum do Blackmore’s Night, lançado em 1997, e com o tempo aprimorou ainda mais a sua voz, com o estágio atual dessa evolução sendo um presente para os ouvidos.

Tudo é muito bonito, transborda sentimento e proporciona uma experiência muito interessante, principalmente para quem está habituado não apenas com a música renascentista mas também para quem é fã de folk metal e de bandas que incorporam esse clima medieval em sua sonoridade, como é o caso do Blind Guardian. Ainda que não haja nada de heavy metal na música do Blackmore’s Night, acredito que ela deve agradar os fãs dos gêneros citados.

Entrem as canções, destaque para “Once Upon December”, “Four Winds”, “Feather in the Wind”, “Darker Shade of Black” e a instrumental “Der Letzte Musketier”, onde Blackmore presenteia os fãs ao empunhar novamente sua guitarra. Mas o fato é que, no geral, todas as canções possuam atrativos, o que faz de Nature’s Light um dos melhores discos do Blackmore’s Night.

Comentários

  1. Excelente disco e banda. Acompanho desde seu primeiro albúm. Tenho um projeto musical que une blackmore's, Tuatha e Nightwish. Todas em suas melhores excências, metal, erudito e folk. Vale sempre a pena a exploração de novos horizontes além do heavy tradicional' do qual aprecio e adoro. Abraço Ricardo.

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