Review: Tony Martin – Thorns (2021)


A passagem de Tony Martin pelo Black Sabbath até hoje divide os fãs. Há aqueles que odeiam os cinco álbuns gravados pelo vocalista sem nunca ter escutado uma única faixa, enquanto existem aqueles que consideram alguns desses discos como os melhores da banda britânica. Como sempre, a verdade está no meio do caminho: pelos menos dois álbuns com os vocais de Martin, Headless Cross (1989) e Cross Purposes (1994), são muito bons e irão surpreender quem nunca se aventurou por eles, enquanto The Eternal Idol (1987) e Tyr (1990) estão longe de serem trabalhos dispensáveis. O único disco realmente abaixo da média com a voz de Martin é Forbidden (1995), mas isso se deu muito mais por uma decisão equivocada da gravadora da banda na época, a IRS, do que por culpa do vocalista.

Voltando ao presente, Tony Martin acaba de lançar o seu terceiro álbum solo, Thorns, que dá sequência à dupla Back Where I Belong (1992) e Scream (2005). Contando com onze canções, Thorns traz Martin acompanhado do guitarrista Scott McClellan, dos baixistas Greg Smith (Rainbow, Alice Cooper, Blue Öyster Cult) e Magnus Rosen (HammerFall, Shadowside) e do baterista Danny Needham (Venom), além de participações da vocalista Pamela Moore (a Sister Mary do clássico Operation: Mindcrime, do Queensrÿche) e do guitarrista Dario Mollo, parceiro de Martin nos álbuns The Cage (1999), The Cage 2 (2002) e The Third Cage (2012).

Musicalmente, o que se ouve em Thorns é um metal clássico com óbvias influências do Black Sabbath, mas também com alguns respingos de AOR e sonoridades mais pesadas. A produção contribui muito para o resultado final, carregando o disco com timbres atuais. Os vocais de Martin são o destaque em todas as canções, e seu registro agradável e profundo, que no passado foi criticado por alguns pela similaridade com o de Ronnie James Dio, segue soando poderoso e cativante. Predominantemente sombrias, as composições constroem, degrau a degrau, um trabalho coeso e sólido, que irá agradar em cheio quem é fã de sua passagem no Black Sabbath ou curte um heavy metal pesado e cheio de classe.

Entre as músicas destaco o single “As the World Burns”, “Book of Shadows”, o clima acústico e meio folk de “Crying Wolf”, ”No Shame at All” e “Passion Killer”.

Ótimo retorno em um belo disco, que sairá no Brasil em CD pela Hellion Records.


Comentários

  1. Belo texto Ricardo! Particularmente eu gostei muito desse disco. Tomara que a sequência não demore tantos anos pra sair. Obrigado

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  2. De fato, como sempre, a verdade está no meio do caminho. Ótimo texto para um ótimo álbum!

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