O The Black Keys surgiu como uma banda de blues, e isso fica claro ao ouvir os primeiros álbuns do duo como The Big Come Up (2002), Thickfreakness (2003) e Rubber Factory (2004). Aos poucos e com a ajuda do produtor Dange Mouse, o som foi sendo domesticado e ganhou um enorme apelo pop, mudança essa que gerou discos excelentes com Attack & Release (2008), Brothers (2010) e El Camino (2011).
Em seu novo álbum, Delta Kream, Dan Auerbach (vocal e guitarra) e Patrick Carney (bateria) retornaram ao princípio e gravaram um disco que presta tributo aos seus grandes ídolos no blues. São onze faixas de nomes como John Lee Hooker, R.L. Burnside, Big Joe Williams e Junior Kimbrough (o bluesman favorito da dupla e já havia sido homenageado no EP Chulahoma, lançado em 2006).
Há releituras para cavalos de batalha eternos como “Crawling Kingsnake”, canção de Hooker regravada por dezenas de artistas, até pérolas como “Poor Boy a Long Way From Home”, a grudenta “Going Down South” e “Coal Black Mattie”. O tracklist foi muito bem escolhido, e a performance de Dan e Patrick (aqui acompanhados pelo guitarrista Kenny Brown e pelo baixista Eric Deaton) é excelente.
Às vezes, olhar para o passado é a solução para encontrar o próximo caminho a seguir. Foi o que o The Black Keys fez em Delta Kream.
Pra fechar, vale um comentário negativo sobre a edição brasileira do álbum, lançado pela Warner em um digifile pra lá de simples e sem nenhum acabamento que agregue valor ao material. O minimalismo é legal, mas nessa caso parece mais desleixo do que qualquer outra coisa.
Conheci a banda com esse álbum. Curto muito esse e os três primeiros. O blues cru que faziam e voltaram a fazer aqui é bom demais.
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