Review: The Black Keys – Dropout Boogie (2022)


O Black Keys, duo formado pelo guitarrista e vocalista Dan Auerback e pelo baterista Patrick Carney em 2001 na cidade de Akron, no Ohio, começou a carreira com um blues rock cru e cortante. Porém, a partir de 2007, encontrou o seu som em parceria com o produtor Danger Mouse, processo esse iniciado em seu quinto disco, Attack & Release, e que gerou dois dos melhores álbuns dos anos 2000, os seminais Brothers (2010) e El Camino (2011). Desde então, a banda transitou entre as experimentações de Turn Blue (2014), o retorno ao universo dos seus dois mais aclamados álbuns em Let’s Rock (2019) e o tributo aos seus bluesmen favoritos em Delta Kream (2021).

Dropout Boogie vai na mesma linha de Let’s Rock. Produzido pela própria banda, traz dez canções inéditas e a participação pra lá de especial do lendário Billy Gibbons, voz e guitarra do ZZ Top, em “Good Love”. O trabalho já abre com uma canção que poderia perfeitamente estar em El Camino, o grudento single “Wild Child”. A habilidade de criar músicas simples e com grooves irresistíveis é reafirmada em “It Ain’t Over”, enquanto “For the Love of Money” não esconde a influência do boogie de John Lee Hooker. Brothers tem seu legado revisitado em “Your Team is Looking Good”. Gibbons divide a guitarra com Auerbach na excelente “Good Love”, uma espécie de blues levemente lisérgico e que poderia figurar em álbum do ZZ Top.

O disco segue com a delicada “How Long” e com a garageira “Burn the Damn Thing Down”, que possui uma linha vocal bastante familiar. “Happiness” é uma canção tipicamente Black Keys, e Aurbach revisita a história do rock no riff de “Baby I’m Coming Home”. O álbum fecha com o blues torto “Didn’t I Love You”.

No geral, Dropout Boogie possui o mesmo nível de Let’s Rock, com o adicional de trazer um novo hino para os shows da banda, “Wild Child”, que certamente já entrou na lista das grandes canções da carreira do The Black Keys.

A edição brasileira, lançada pela Warner em uma edição de apenas 300 unidades, segue o padrão da versão norte-americana em um digisleeve gatefold impresso em papel de alta gramatura.

Um belo disco de rock, mais uma vez.

MAIS SOBRE O THE BLACK KEYS NO VÍDEO ABAIXO:

Comentários

  1. Embora seja um bom álbum, não o achei no mesmo nível do Delta Kream. Mas isso é apenas uma opinião pessoal. Quem sabe nas próximas audições o álbum suba no meu conceito.

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