Review: Brothers in Arms – Sunset & Clark (2021)


O Brothers in Arms é um projeto idealizado por Jack Frost, guitarrista com passagem pelo Savatage e outras bandas, e que conta com a participação dos vocalistas Keith St. John (Kingdom Come), Paul Shortino (Quiet Riot), Dave Amato (REO Speedwagon), Andrew Freeman (Last in Line), Steve Overland (FM), Todd Poole (Roxy Blue), Nick Walsh (Famous Underground) e Jesse Damon (Southern Highway). A banda traz ainda o tecladista Charlie Calv (Shotgun Symphony), o baixista Alex Jansen (Mennen) e o baterista Karl Wilcox (Diamond Head)

Musicalmente, o som vai na linha do hard rock com um clima anos 1980, o que se traduz em riffs, melodias e refrãos sempre presentes. As canções oscilam bastante, e isso está intimamente ligado às vozes que as intepretam. Enquanto Keith St. John deixa um ótimo cartão de visitas na música de abertura, o rockão “Bitch is Crazy” e na power ballad “Make You Mine” (uma das melhores do álbum), e Andrew Freeman despeja testosterona em “Last to Know” e “Ties That Bind” (ainda que essa última traga um riff bem genérico), é frustrante ouvir canções como “The City Never Sleeps”, onde Steve Overland coloca a sua voz em um riff chupado totalmente de “Up to the Limit”, do Accept. As duas faixas com Todd Poole são legais – principalmente “Wasting Light” -, ainda que não necessariamente muito originais, e o mesmo vale para “Long Way From Love” com Nick Walsh e o encerramento com “Voices Are Calling”, onde Jesse Damon solta o seu belo timbre. A participação de Paul Shortino em “My Heart Knows” é outro dos pontos agradáveis.

A questão nesse álbum do Brothers in Arms é que ele peca, e muito, em originalidade. Jack Frost na maioria da vezes apenas recicla riffs e ideias que já ouvimos em dezenas de outras bandas ao longo dos anos, e ainda que o hard rock oitentista possua características fortes que o tornam facilmente identificável, foi justamente a exploração até o limite desses elementos que levou o gênero para o buraco na década de 1990, quanto centenas de bandas derivativas e sem novas ideias tomaram conta do estilo.

O álbum foi lançado no Brasil pela Hellion Records em uma edição jewel case com encarte de dezesseis páginas e o capricho habitual da gravadora paulista.

O saldo geral é um disco mediano, que conta com ótimas vozes mas que escorrega na parte musical na maior parte do tempo, o que o torna indicado apenas para fãs do estilo ou para completistas dos músicos envolvidos.


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