Review: Host - IX (2023)


O Host conta com Nick Holmes e Greg Mackintosh, respectivamente vocalista e guitarrista do Paradise Lost. O projeto resgata a sonoridade de um dos mais controversos trabalhos da banda britânica, justamente o disco que batiza a iniciativa: Host, lançado em 1999.

O que ouvimos em IX é um som sombrio, com os teclados assumindo o lugar dos riffs de guitarra, resultando em uma música que traz sabores e texturas da década de 1980 e 1990 e influências de nomes como Depeche Mode. Não há nada que remeta ao Paradise Lost e ao heavy metal, com Holmes e Mackintosh aprofundando uma abordagem que não seria possível em sua banda principal enquanto exploram influências muito bem-vindas e que podem chocar os mais ortodoxos.

Muito bem feito, o trabalho traz nove faixas em quase 40 minutos e teve a produção assinada pelo próprio Greg. Os timbres são densos, o clima é soturno, Nick canta de forma mais suave e serena, utilizando tons graves que acentuam o clima gótico e coldwave do álbum.

Entre as músicas, temos momentos de grande destaque como “Tomorrow’s Sky” (que pode tocar tranquilamente em pistas de dança), a bonita “Divine Emotion”, a ótima “Hiding From Tomorrow” (onde as influências do rock gótico dos anos 1980 são bem evidentes, principalmente de nomes como Sisters of Mercy), a densa “A Troubled Mine” e a sensacional “My Only Escape”. A dupla pisa sem medo na música eletrônica na contemplativa “Inquisition”, e o álbum chega à conclusão em altíssimo nível com “Instinct”.

Dizem que os fãs mais radicas de metal ficariam chocados se descobrissem que seus ídolos ouvem bandas e estilos além da música pesada. Imagino o nó na orelha que um álbum como IX causará em alguns, não só por retomar a sonoridade do disco mais polêmico do Paradise Lost, mas principalmente por ir ainda mais fundo nisso.

O resultado é excelente, ainda que não seja para todos os ouvidos.


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