Summer Breeze: as dores e delícias de um festival


Foto: Diego Padilha

No ano em que a tradicional celebração alemã ao heavy metal completa 25 anos, acontece a primeira edição do evento no Brasil, com Blind Guardian, Sepultura, Skid Row, Lamb of God – e o saldo final é bastante positivo

Por THIAGO CARDIM, especial para a Collectors Room

Acompanhe o trabalho do Thiago no Gibizilla e nos podcasts Imagina Se Pega no Ouvido e Imagina se Pega no Olho.


Parte 1: Festival tem contexto

O brasileiro é, por definição, alguém que curte naturalmente esse lance aí de festival – um monte de bandas por dia, diversos palcos, atrações dos mais variados tamanhos, e a coisa toda que vem com isso. Começou, claro, com o Rock in Rio, passando por nomes que se tornaram tradicionais por aqui como o Abril Pro Rock, Planeta Atlântida, Festival de Verão de Salvador, João Rock e o Popload. E isso sem esquecer os finados Free Jazz/TIM Festival, SWU, Maquinaria, Hollywood Rock, Planeta Terra...

Mas obviamente que não demorou para que a gente curtisse tanto o conceito, que ele acabasse dando palco a franquias gigantescas como Lollapalooza e Primavera Sound, hoje frequentes em nosso calendário cultural. Em comum, todos eles têm a pluralidade de gênero musicais ou, minimamente, a diversidade dos tipos de rock apresentados. No entanto, como o Brasil tem a tradição de abraçar o heavy metal e suas muitas variantes, era de se esperar que tivéssemos também algumas tentativas de replicar por aqui um modelo bastante comum lá fora, focado em dar espaço especificamente ao peso dos bangers: do modernoso Maximus ao tradicionalíssimo Monsters of Rock, passando pelo nosso Live n’ Louder e chegando ao recente Knotfest.

No entanto, não é segredo que os fãs do rock mais pesado sempre sonharam em ver por aqui uma versão brazuca do icônico Wacken Open Air, a maior reunião global de metaleiros. Muitas vezes prometida e até negociada nos bastidores, ela QUASE aconteceu em algumas ocasiões, gerando como filhote um certo fiasco conhecido como Metal Open Air, lá no Maranhão. Mas vamos mudar de assunto...

Só que, quando a gente pensa nos festivais europeus de heavy metal que rolam no verão, chega a ser injusto lembrar apenas do Wacken como representante único de um modelo bastante comum por lá. Tem Hellfest, Graspop, Download, Bloodstock, Tuska, Copenhell, Rock Im Park, Sweden Rock... Qualquer um deles poderia ser tranquilamente importado pra cá. E se o Wacken ainda permanece no mundo dos sonhos, outro nome igualmente tradicional enfim se tornou realidade: o Summer Breeze.


Foto: Diego Padilha

Parte 2: Festival tem assinatura

O Summer Breeze Open Air é um festival focado em heavy metal realizado anualmente na Alemanha desde 1997. Originalmente sediado no município de Abtsgmünd, o evento foi aumentando gradativamente de tamanho e hoje acontece em Dinkelsbühl, cidade medieval histórica na região da Baviera, reunindo em torno de 40.000 pessoas a cada ano.

A ideia, portanto, era replicar esta tradição na versão brasileira, uma parceria da FreePass Entretenimento com os veteranos da revista Roadie Crew. Mais do que a tradição, aliás, mais do que garantir a qualidade de uma assinatura que contou inclusive com o apoio e participação dos próprios germânicos, era importante garantir também a EXPERIÊNCIA dos festivais europeus.

Palcos múltiplos, incluindo os tradicionais palcos um ao lado do outro (que causaram um tantinho de estranheza pra quem não estava acostumado, gerando a inevitável questão: “Por que não um único palco enorme?”), garantiriam uma série de atrações simultâneas para todos os gostos roqueiros – e se estivesse rolando uma banda que você não curte tanto assim, poderia se divertir com diferentes lojas de merchandising, estandes gastronômicos, feiras de cultura urbana, terror e tatuagem, palestras e workshops... Tudo exatamente como acontece em qualquer bom evento do tipo lá na Europa.

Tudo isso foi entregue com precisão entre os dias 29 e 30 de abril, na cidade de São Paulo. Tem coisa pra melhorar? É claro que tem, isso sem dúvida. Mas digamos que foi um EXCELENTE começo, indo contra todos os prognósticos.

Foto: Diego Padilha

Parte 3: Festival tem emoção

De cara, logo na entrada, já dava pra perceber que a ideia de realizar o Summer Breeze no Memorial da América Latina foi acertadíssima. O imenso espaço aberto permitia não apenas uma circulação tranquila, oferecendo uma boa movimentação mesmo em momentos de maior aglomeração, mas também uma excelente visão dos palcos, não importa em que lugar da arena você estivesse. No nosso caso, tivemos a chance de comparecer apenas no sábado – e apesar do sol, o calor deu uma maneirada, então tudo aquilo acontecendo a céu aberto, com aquele belo azul de outono acima de nossas cabeças, e isso deu uma bela incrementada no visual.

Estar num festival te obriga, claro, a fazer escolhas. A decidir QUAIS bandas você vai ver. No nosso caso, embora tenhamos chegado a tempo de ver o final do show das meninas da Crypta – uma máquina brutal cada vez mais azeitada, com destaque para o domínio de palco e carisma absoluto da vocalista Fernanda Lira – no Sun Stage, tivemos que nos posicionar do OUTRO lado do Memorial, diante dos palcos Hot e Ice. E aqui vem a primeira crítica: definitivamente, é importante repensar a distribuição das bandas porque o palco Sun não tinha as mesmas condições visuais de seus primos “ricos”, incluindo telões, o que é de fato uma pena. Some a isso o fato de que algumas bandas de vulto considerável como o Accept, no sábado, e o Stratovarius, no domingo, foram selecionadas para este local, portanto dá pra imaginar como ficou complicada a movimentação na passarela que atravessava a avenida de um lado para o outro assim que acabaram as apresentações anteriores diante do combo Hot-Ice. A fila que se formava ali acabava até desanimando o deslocamento...


Foto: Rapha Garcia

Dito isso, o primeiro show que vimos foi a apresentação montada em homenagem ao nosso maestro Andre Matos, uma escolha acertadíssima e bastante emocionante, mas que infelizmente ficou com cara de “combinamos isso de última hora, vamos chamar os chapas, ensaiar rapidinho aqui na véspera e ver no que dá”. Começou com o Viper, agora com o competente Leandro Caçoilo nos vocais, primeiro apresentando a nova “Under The Sun”, single de Timeless, aguardado disco de inéditas dos caras, o primeiro em 15 anos. Na sequência, ele segurou bem a bronca na dobradinha “A Cry From The Edge” e “Living For The Night”, dois petardos da fase de Andre na banda. Mas a coisa esquentou quando o Viper deu espaço para a aguardada fusão ShamAngra.

Sob comando do vocalista Alirio Netto, visivelmente empolgado e emocionado, tanto quanto a gente na plateia, ele comandou uma formação com Hugo Mariutti em uma guitarra, Rafael Bittencourt na outra, Felipe Andreoli no baixo e Rodrigo Oliveira na bateria – isso, ufa, ainda bem, o músico do Korzus assumiu a função no lugar de Ricardo Confessori, evitando um verdadeiro climão em pleno palco. Foi esta combinação inesperada de músicos que mandou, meio no improviso, errando na execução, mas acertando na intenção, “Lisbon” e “Make Believe” (que Alirio levou lindamente, aliás). Depois, Rafael e Felipe saíram, dando lugar a Luis Mariutti (baixo) e Fabio Ribeiro (teclado), para a execução de uma trinca do Shaman que, aí sim, já saiu mais suave, com “Turn Away”, “For Tomorrow” e, obviamente, “Fairy Tale”.

Quando Alirio sentou no teclado pra executar o hit novelístico do agora extinto grupo, aliás, ele contou uma história fofa sobre quando conheceu o Andre, usando uma camiseta do disco News of The World, do Queen, banda que os dois amam – e enquanto tirava um trechinho lindo de “Who Wants To Live Forever”, fez com que eu mesmo me lembrasse da minha primeira entrevista com o Andre, inicialmente ao telefone, quando passamos juntos um bom tempo falando sobre nossa música favorita do grupo do frontman Freddie Mercury. Para encerrar, Rafael e Felipe voltaram ao palco, para encerrar com “Carry On”, a mais emblemática canção da carreira do cantor homenageado, cantada a plenos pulmões mesmo pelos bangers mais “from hell”, que circulavam por ali com as camisetas de exemplares bem mais extremos do metal.

Um tributo meio bagunçado, mas que me tirou lágrimas dos olhos, confesso.


Foto: Diego Padilha

Parte 4: Festival tem boa nostalgia

Logo depois, o protagonista brasileiro do musical We Will Rock You deu espaço, no outro palco, ao protagonista da montagem sueca da mesma peça – pois Erik Grönwall chegou chegando e mostrando, já na abertura com “Slave To The Grind”, que foi uma escolha acertadíssima pro papel de vocalista do Skid Row.

Fazia tempo, mas muito tempo MESMO, que a veterana banda americana de hard rock vinha buscando seguir em frente depois de sua traumática separação do vocalista Sebastian Bach.E na figura do cantor de 35 anos, que já tinha brilhado à frente do H.E.A.T. (com quem gravou o essencial Tearing Down the Walls, de 2014, um dos meus discos favoritos da vida, sem exagero), acharam quem realmente precisavam.

Sorridente, divertido, ele estava nas nuvens em sua primeira apresentação no Brasil e levou a parada toda com uma leveza impressionante, sem soar em momento algum como um cantor “cover” de Bach. Tanto é que o show foi uma bela mescla de canções do competente disco recente, The Gang’s All Here (2022), com aqueles clássicos que todo mundo esperava ouvir: rolou “18 and Life”, “Piece of Me”, “Monkey Business” e até “In a Darkened Room”, que virou a plateia do avesso. Teve sim nostalgia, mas sem soar como nostalgia forçada ou barata, e muito justamente pela postura de Erik. Pra encerrar, “Youth Gone Wild”, com direito a uma importante mensagem sobre como a gente permanece jovem com a música.

Que volte mais, muito mais. E que cante “I Remember You”, porque farofa pouca é bobagem.


Foto: Rapha Garcia

Parte 5: Festival tem experimentação

Eis que então o Sepultura tomou o palco – e se, como disse o amigo Igor Miranda, você ainda insiste nesta bobagem de criticar os caras num saudosismo babaca da era dos Cavalera, é sinal de que nunca teve a chance de ver a atual formação ao vivo. Os sujeitos são uma verdadeira força da natureza. Tanto é que foi só na apresentação deles que começou DE FATO uma tradição de shows de metal que até o momento não tinha dado as caras: o mosh pit. Devidamente incentivada pelo guitarrista Andreas Kisser, a quebradeira foi tamanha e a roda foi ampliando tanto de tamanho que, no fim, a gente teve até que ir mais pro fundo, pra evitar levar uma canelada. Faz parte.

Este foi um Sepultura que chegou sem fazer concessões. Falar sobre o talento de Kisser e seus comparsas (em especial o baterista Eloy Casagrande, cada vez mais brutal) é chover no molhado, mas vale destacar que eles evitaram, definitivamente, a saída mais fácil aqui. Poderiam ter feito uma performance só de clássicos, até por se tratar de um show de festival, naturalmente mais curto, mas mandaram um belo “foda-se” e experimentaram metade do repertório só com canções do recente Quadra, um de seus melhores discos contemporâneos, aliás.

Teve espaço pra “Territory”, pra “Refuse/Resist”, “Arise”, “Ratamahatta” e, evidentemente, “Roots Bloody Roots” (que gerou a catarse habitual). Mas eles também optaram por trazer “Means To And End”, “Isolation”, uma intensa e emocional rendição pra “Guardians Of Earth” e até a primeiríssima execução ao vivo de “Ali”, com participação de Paulo Cyrino, aka Babylons P, produtor e DJ de heavy dubstep. A presença do convidado nas picapes, aliás, deu um contorno poderoso e ainda mais pesado pra canção... apesar das reclamações habituais de uns cabeludos grisalhos aqui e ali.

Com uma bela demonstração de fúria e técnica, o Sepultura abriu as portas pro que estava por vir.

Foto: Diego Padilha


Parte 6: Festival tem porradaria

Originalmente, o DNA do Summer Breeze é, de fato, bem mais pesado – para melhor atender ao paladar brasileiro, os produtores optaram por um line-up de metal e congêneres mais variado. Só que uma das principais atrações da noite garantiu a entrega de brutalidade da maior qualidade: e depois do Sepultura, quem assumiu a missão do bate-cabeça foi o Lamb of God.

Se o som ali no Memorial da América Latina já estava extremamente alto (um ponto a se repensar para as próximas edições, aliás), na hora em que os norte-americanos comandados por Randy Blythe assumiram o palco, digamos que a gente quase ficou surdo. A roda abriu ainda mais e o chão (e nosso peito) chegava a tremer a cada pancada que John Campbell metia no baixo.

De “Memento Mori” ao clássico “Redneck”, passando por “Ruin”, “Ditch”, “Omerta”, “Now You've Got Something To Die For” e até uma inspiradíssima versão de “Walk With Me in Hell”, os caras não deram tempo pra respirar e tampouco descanso. Blythe alternava entre os guturais infernais e a voz limpa de quem ordenava que a plateia fizesse mais barulho e lançasse ainda mais caos naquela experiência toda. O público – que, por sinal, parecia em grande parte estar por lá majoritariamente por eles – respondia obedientemente.

Uma coisa muito legal foi ver que, além do baterista Art Cruz usar uma camiseta do Sepultura, o próprio vocal fez questão de ressaltar a importância e qualidade da banda brasileira e a sua influência para o próprio Lamb ofGod.

Uma verdadeira aula de metal extremo, do começo ao fim.


Foto: Diego Padilha

Parte 7: Festival tem as suas mancadas

Sim, eu sei que é do jogo. E aqui, ela atendeu pelo nome de Stone Temple Pilots. Quer dizer, veja, chamar os caras de “mancada” meio que depõe contra a qualidade da banda, e este não é o caso. Não dá pra comparar os sujeitos ao cheiro TENEBROSO dos banheiros químicos, em especial aqueles perto da praça de alimentação, isso sim uma mancada pesada. Mas a escalação deles, ainda mais pra começar DEPOIS do terremoto promovido pelo Lamb of God, pareceu equivocada.

Quando eles foram anunciados, muita gente apontou que poderiam estar meio deslocados ali, mas juro que não concordei a princípio. Estava enganado. Uma pena.

Olha só, o show não foi ruim, longe disso, até. Mas foi, pra ser honesto, anticlimático. A banda tá afiadíssima e o novo vocal, Jeff Gutt, canta muito e é uma adição interessante para o posto outrora ocupado pelo saudoso Scott Weiland. Só que depois da quebradeira prévia, as pessoas começaram a sentar no chão enquanto ouviam eles tocarem faixas como “Vasoline”, “Big Bang Baby” e “Silvergun Superman”, por exemplo. Algo se perdeu na energia.

E o Jeff se esforçou PRA CARALHO, isso é fato. Falou, brincou, provocou a plateia, deu os óculos escuros de presente pra alguém na primeira fila, desceu e grudou na grade, se deixando fotografar, apertar, apalpar. Mas o jogo só virou de verdade quando eles encaixaram “Plush” e “Interstate Love Song”, hits inevitáveis.

Uma pena que os sujeitos tenham pintado por aqui nesta situação. Mereciam uma outra chance, num outro festival, talvez.


Foto: Rapha Garcia

Parte 8: Festival tem o seu encerramento bombástico

Aqui, pra falar do headliner da noite, confesso que perco um pouco da minha objetividade jornalística – porque é uma das bandas da minha vida. E as saudades que eu tava de ver estes caras ao vivo, depois de uma pandemia e de tanto e tanto tempo sem comparecer a shows... Obviamente, tô falando do Blind Guardian.

Desde a primeira música, “Imaginations From The Other Side”, ficou claro que a banda inteira, em especial na figura do vocalista Hansi Kürsch, estava bastante emocionada – e as muitas vezes em que o público os ovacionou e gritou o nome do grupo, entre uma faixa e outra, deixaram o frontman sorridente e meio sem jeito.

Eu mesmo já tive a chance de vê-los nos palcos brasileiros umas quatro vezes, mas esta foi, de longe, aquela na qual pude presenciá-los diante do maior e mais empolgado público. Me senti ao lado de uma imensa família, feliz por compartilhar as longas letras épicas cantadas palavra por palavra com cada uma daquelas milhares de pessoas, um bando de cabecinhas batendo a perder de vista, lá no fundo. Foi, de fato, arrepiante. Junte a isso uma banda que parece um relógio de tão preciso e um vocalista cuja voz continua poderosa e impecável, e o show foi mesmo pra entrar pra história.

Depois de encaixar duas faixas do disco que tinha feito aniversário de lançamento no dia anterior, “Nightfall” e “Time Stands Still (At the Iron Hill)”, Hansi anunciou o que era pra ser uma surpresa mas que já corria como rumor há alguns dias: como a turnê de celebração do álbum Somewhere Far Beyond, que eles conduziram ao longo de 2022 tocando o disco na íntegra, não teve a chance de passar por aqui, eles corrigiriam este erro desta vez...

Os fãs, claro, foram ao delírio, embora muita gente estivesse querendo ouvir como ficaram ao vivo as músicas do novo álbum, The God Machine. Calma que, no fim, isso deve se resolver em breve – porque, além de garantir que a banda deve voltar anualmente a se apresentar por aqui (sei...), Hansi ainda deu uma dica de que o papo de que eles voltam AINDA ESTE ANO pode ser verdade, de fato... Vejamos.

Mas, de volta ao show, de “Time What Is Time” à faixa-título, eles mandaram ver o disco completo, lindamente, sempre com Hansi fazendo pequenas introduções a cada canção, falando um tantinho sobre a história de cada uma. Como estamos falando do álbum que solidificou a alcunha de “bardos” para a banda alemã, chega a ser esperado que o cantor comande a narrativa quase como se incorporando esta figura clássica da alta fantasia tolkieniana. E em se falando em bardo, obviamente que o grande momento desta execução foi a inevitável e esperada balada “The Bard’s Song – In The Forest”, que mesmo com um defeito na sonoridade dos violões à princípio, fez as pessoas cantarem juntas, abraçadas, com lágrimas nos olhos. E deixando Hansi sem muito trabalho na execução. “Vocês sempre sabem o que fazer aqui”, disse, enquanto exaltávamos elfos, homens e hobbits...

Por falar em Tolkien, aliás, assim que eles encerraram a execução de Somewhere..., deixaram claro que a apresentação AINDA não tinha acabado – e foi a vez de “Lord Of The Rings”, outro momento de cantoria em uníssono. Na sequência, para quem estava curioso pelo material inédito, o single “Violent Shadows” teve espaço e pareceu, inclusive, ter ficado ainda mais pesado ao vivo, numa pegada quase thrash metal.

Para encerrar o set, enquanto o público clamava por “Majesty”, Hansi ainda brincou e disse que “curiosamente, esta foi mesmo a música que tínhamos guardado para vocês”. Mas claro que teve um bis. E claro que ele se encerrou com “Mirror Mirror”. Mas, antes disso, rolou o IMPRESCINDÍVEL momento de “Valhalla”, aquela canção cujo refrão permanece sendo cantado ad infinitum pelo público, com o devido incentivo da banda (se você gosta do Blind e está lendo este texto, aliás, provavelmente está cantando este trecho na sua cabeça QUE EU SEI).

Foi lindo. Foi revigorante. E foi como me sentir em casa de novo.

Obrigado pela experiência, Summer Breeze. A gente se vê COM TODA A CERTEZA em 2024.


Comentários

  1. Fui somente no domingo e dá pra dizer que o texto se aplica quase que totalmente.
    Os shows dos palcos Ice e Hot foram todos ótimos, com Kreator e Avantasia como pontos altíssimos. Mas também fica a critica do line-up. Depois que acabou Avantasia, uma enorme parte da galera foi pro palco Sun ver Stratovarius e claro que a passarela ficou pequena (fora o baita cheiro de mijo ali na lateral). Além disso, Parkway Drive encerrou o show deles uns 20 min mais cedo que o previsto por motivos que ninguém sabe.
    Mas entre razões e emoções o saldo foi mega positivo, uma ode à musica pesada!!!

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