O Linkin Park é, provavelmente, a mais popular das bandas classificadas como nu metal. Ainda que o KoRn deva ser justamente reconhecido pelo pioneirismo e o Slipknot tenha se transformado tanto em um fenômeno cultural quanto em um dos maiores nomes do metal do século XXI, o Linkin Park conseguiu atingir um público muito além dos limites do som pesado, e fez isso por méritos próprios. A fusão entre guitarras pesadas, elementos eletrônicos, vocais inspirados no rap e o contraste entre as vozes de Chester Bennington e Mike Shinoda foram alguns dos elementos que conduziram a banda ao topo.
Com uma discografia relativamente curta – apenas sete álbuns, com a clássica estreia, Hybrid Theory, tendo sido lançada em 2000 -, o Linkin Park emplacou hits planetários e indiscutivelmente marcou uma geração. A força da banda está compilada em Papercuts (Singles Collection 2000-2023), nova coletânea do grupo lançada mundialmente em abril deste ano. O álbum traz vinte faixas, entre elas a inédita “Friendly Fire”, gravada originalmente em 2017.
Confesso que nunca fui o maior admirador do sexteto, mas ouvindo Papercuts com atenção é inegável que o grupo sabia o que estava fazendo. Os principais destaques acabam indo para as faixas dos dois primeiros discos, Hybrid Theory e Meteora (2003), como “Crawling”, “Papercut”, “Breaking the Habit”, “Numb” (presente tanto na gravação original quanto na versão com participação de Jay-Z) e “In the End”. Outro ponto que chama a atenção é como, nos discos iniciais, a agressividade era muito mais presente e chegava a aproximar o som do grupo do metal extremo – como os vocais guturais de ”Faint” mostram -, mas com o tempo tudo acabou ficando mais acessível e muitas vezes sem sal, notadamente nos trabalhos mais recentes como Living Things (2012) e One More Light (2017).
A morte prematura e trágica de Chester Bennington transformou o vocalista em um ícone e colocou o Linkin Park, que já era gigantesco, em um patamar ainda mais elevado para os fãs. Ao mesmo tempo, chamou a atenção de ouvintes que nunca deram muita atenção para a banda, como é o meu caso. Se você for como eu, Papercuts (Singles Collection 2000-2023) é um título bem interessante para ter na coleção, pois a seleção de faixas foi muito bem feita e reúne com perfeição o melhor que o grupo produziu, com canções que marcaram profundamente a música pesada do século XXI.
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