Review: Ramones – Too Tough to Die (1984)


Lançado em outubro de 1984, Too Tough to Die, oitavo álbum do Ramones, foi a estreia do baterista Richie Ramone no quarteto. O músico entrou pouco antes do lançamento do trabalho anterior, Subterranean Jungle (1983), assumindo o lugar de Marky Ramone, e integraria a banda até 1987, gravando mais dois discos com o quarteto, Animal Boy (1986) e Halfway to Sanity (1987).

Como a maioria dos álbuns lançados pelo quarteto na década de 1980, é um disco que traz experimentações e a busca incessante por um reconhecimento maior. Em Too Tough to Die isso se traduz em uma sonoridade com momentos mais agressivos como o que ouvimos em “Mama’s Boy” e “Wart Hog”, com outros mais experimentais e onde a banda se aproxima de sonoridades mais acessíveis como em “I’m Not Afraid of Life” e “Howling at the Moon (Sha-La-La)”. Uma curiosidade é que a produção foi assinada pelo ex-baterista Tommy, aqui creditado como T. Erdelyi.

No total temos treze faixas, com direito à única composição instrumental da discografia do Ramones, “Durango 95”. O baixista Dee Dee Ramone assume os vocais em duas canções, “Wart Hog” e “Endless Vacation”, e seu timbre mais agudo e gritado contrasta com o de Joey Ramone, chegando a lembrar os vocais de outro ícone do punk norte-americano, Jello Biafra, cantor do Dead Kennedys.

No geral, percebe-se o grupo olhando para os seus primeiros discos, o que rendeu elogios da crítica e dos fãs. O resultado final é um álbum sólido, ainda que inferior aos quatro primeiros trabalhos do grupo.

Too Tough to Die permanecia inédito no Brasil até hoje, e isso foi corrigido através do lançamento da Wikimetal/Warner/Oporto da Música, que traz nada menos que doze músicas bônus incluindo demos, versões alternativas, b-sides e uma versão para “Street Fighting Man”, clássico do Rolling Stones, tudo em uma bela edição em slipcase e com um longo encarte de vinte páginas com textos sobre o álbum e letras de todas as canções.


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