Review: Thor – The Living Side of Death (2024)


O metal brasileiro vivia os seus primórdios na década de 1980, e isso é facilmente perceptível quando ouvimos hoje alguns álbuns que marcaram aquele período. E não estou falando de discos de bandas que se transformaram em lendas e referências como Sepultura, Sarcófago, Overdose e outras. Me refiro a toda uma cena que foi muito importante na época, em diferentes partes do Brasil, e já há alguns anos é resgatada por selos especializados.

O Thor é uma dessas bandas. Natural do Espírito Santo, o quarteto era formado por Fabio “Midgard” (vocal), Wilson “Carrasco” (guitarra), Paulo “Guardião” (baixo) e Jeder “Animal” (bateria). O trampo do grupo for relançado pela Neves Records em The Living Side of Death, álbum que une o primeiro compacto da banda com faixas vindas da primeira fita demo dos caras. O material da Neves Records saiu em um LP de 10 polegadas e também em CD.

A edição que tenho em mãos é a em CD, que vem com um slipcase que traz uma sobrecapa e também um pôster com um texto contando a história da banda, escrito pelo jornalista Ricardo Batalha. O som do Thor é bastante cru e reflete as dificuldades e precariedades técnicas da época. Porém, tudo é superado por uma paixão enorme e pela entrega dos músicos.

Analisar um álbum como esse demanda uma abordagem específica. Musicalmente, trata-se de uma espécie de speed metal bem alinhado ao que se fazia na época, com destaque para as duas primeiras faixas, “Rockrise” e “Thor”, ambas cantadas em português e com uma sonoridade mais tradicional, equilibrando elementos de metal e rock pesado, além de apresentarem uma produção superior às demais. As quatro seguintes já são bem speed metal, passam a ser cantadas em inglês e trazem as características habituais do gênero, entre elas uma mudança no vocal de Fabio “Midgard”, que canta de forma bem mais aguda.

A edição da Neves Records é primorosa, com um belo slipcase que traz uma arte diferente da presente no disco original, retratando o lendário Deus do Trovão em cores e que é a mesma do lançamento original do álbum, que foi feito em fita k7 em 1988. O CD vem com encarte de oito páginas com todas as letras, além do já citado pôster.

Indicado pra quem tem curiosidade em conhecer mais sobre a história do metal brasileiro, que mesmo enfrentando dificuldades imensas se transformou em uma das cenas mais influentes e originais da história da música pesada.


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