Review: Richie Kotzen – Nomad (2024)


Fui surpreendido muito positivamente por Nomad, novo álbum de Richie Kotzen. E essa sensação veio por ser um disco despretensioso, com um clima leve e descontraído em todas as suas oito faixas. Apenas música, pura, simples e direta, produzida por um dos grandes talentos do nosso tempo.

Gravado inteiramente por Kotzen (ele canta e toca guitarra, teclado, baixo e bateria em todo o álbum) no estúdio que possui em sua casa em Los Angeles, Nomad é o primeiro trabalho lançado por Richie após a bem recebida parceria com Adrian Smith no projeto Smith/Kotzen. Musicalmente, as composições passam pelo rock, funk, pop e até mesmo fusion, tudo feito com muito bom gosto e com a execução impecável de sempre.

Além de excelente guitarrista, Richie Kotzen possui uma voz privilegiada, e usa seus atributos com inspiração. “Cheap Shots” abre o álbum em alto astral e possui um refrão solar e grudento. Em “These Doors” ouvimos uma das melhores músicas do disco com um groove excelente, o baixo super na cara e linhas vocais ótimas, além de um solo que leva a canção para próximo do fusion. “Insomnia” soa como a união entre fusion e rock com algumas pitadas funk, e é outra excelente canção. Na música título, o longo solo chega a lembrar os melhores momentos de George Benson e Phil Upchurch, dois dos grandes guitarristas do jazz.

O hard rock relaxante de “Escape” dá início à segunda parte do álbum e soa muito bem aos ouvidos. Já “On the Table” é a canção mais pesada e intrincada do disco e aproxima-se do metal, com Kotzen esmerilhando na guitarra – a cereja é o refrão mais chiclete do CD. Ela contrasta com a bela “This is a Test”, levada apenas com voz e violão e que é muito bonita. O disco se encerra com “Nihilist”, onde o destaque vai para as melodias vocais excelentes.

Os solos mostram Kotzen explorando o feeling e aproximando-se do jazz em muitos momentos, explorando uma faceta muito bem-vinda de sua ampla musicalidade. E sua performance nos demais instrumentos é muito consistente, principalmente no baixo.

A edição brasileira é idêntica à norte-americana, com o CD acondicionado em uma embalagem digisleeve e trazendoencarte de doze páginas com todas as letras. Menção especial para a bela foto da capa, que foi feita pela esposa de Kotzen, a brasileira Júlia Lage, baixista que toca com ele no Smith/Kotzen e é integrante do Vixen.

Totalmente despretensioso, Nomad é um dos álbuns mais agradáveis que escutei este ano. Recomendo!


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