Na hora de escolher os meus favoritos, levei em consideração a
originalidade das composições, a qualidade da produção e a capacidade de me
emocionar. Alguns desses álbuns me transportaram para outros mundos, enquanto
outros me fizeram refletir sobre a vida.
Gostaria de saber quais foram os seus discos favoritos de 2024.
Compartilhe nos comentários e vamos juntos celebrar a música que nos move!
10 Richie Kotzen – Nomad
O
novo álbum de Richie Kotzensurpreende pela leveza e pela pureza musical de
suas oito faixas, que transitam entre rock, funk, pop e fusion com extrema
habilidade. Gravado inteiramente por Kotzen em seu estúdio caseiro em Los
Angeles, o disco destaca sua versatilidade como multi-instrumentista e sua voz
marcante. Faixas como “Cheap Shots”, com refrão cativante, e “These Doors”,
repleta de groove e um solo que flerta com o fusion, são destaques, enquanto a
faixa-título evoca mestres do jazz como George Benson. O álbum também explora extremos,
indo do peso intrincado de “On the Table” ao minimalismo acústico de “This is a
Test”. Despretensioso e cheio de feeling, Nomad reafirma o talento de Kotzen,
consolidando-o como um dos grandes músicos de nossa era, e é um dos álbuns mais
agradáveis de 2024.
9 Auro Control – The Harp
The Harp,
estreia da banda baiana Auro Control, é uma das grandes surpresas de 2024 no
cenário do power e prog metal. Produzido por Thiago Bianchi, o disco se destaca
pela qualidade técnica e participações de peso, como Jeff Scott Soto, Aquiles
Priester, Felipe Andreoli e Fabio Laguna. A sonoridade remete ao Angra da fase Temple of Shadows, mas com uma
abordagem menos extrema, transitando entre faixas poderosas como “Feel the
Fire” e “Ride of the Phoenix” e momentos mais progressivos, como na
faixa-título. O vocalista Lucas de Ouro impressiona pela versatilidade,
enquanto as guitarras de Lucas Barnery e Diego Pires entregam solos melódicos e
cheios de feeling. Destaques também para “Not Alone” e “Breaking Silence”. Lançado
em um belíssimo digipack, o álbum é uma estreia sólida que consolida o talento
da banda e aponta para um futuro promissor.
8 The Black Keys – Ohio Players
Ohio
Players, novo álbum do The Black Keys, reforça a sequência de
trabalhos nostálgicos e despretensiosos iniciada em 2019 com Let’s Rock. Dan Auerbach e Patrick
Carney entregam 14 faixas em pouco mais de 44 minutos, mesclando o blues rock
cru do início da carreira com o groove e o apelo pop de clássicos como Brothers e El Camino. O disco encanta pela
leveza e pela diversão, com momentos brilhantes como o refrão contagiante de
“Beautiful People (Stay High)” e o balanço de “Candy and Her Friends”.
Destaques adicionais incluem a balada blues “I Forgot to Be Your Lover” e
colaborações marcantes em “Paper Crown”, com Beck e Juicy J. Ao ouvir Ohio Players, fica claro que a
banda está mais focada em curtir e divertir, e o público, por sua vez, é
irresistivelmente convidado a fazer o mesmo.
7 Kiko Loureiro – Theory of Mind
Theory of
Mind, sexto álbum solo de Kiko Loureiro e o primeiro após sua
saída do Megadeth, é uma obra instrumental que combina técnica impecável, peso
e melodias cativantes. Explorando o conceito da Teoria da Mente, Kiko reflete
sobre emoções e experiências, acompanhado por Felipe Andreoli (baixo), Bruno
Valverde (bateria) e sua esposa Maria Ilmoniemi (teclado). O disco se destaca
pela complexidade rítmica e harmônica, com faixas como “Raveled”, que alterna
momentos acústicos e elétricos, e “Borderliner”, com riffs intrincados. Algumas
composições, como “Lost in Seconds” e “Point of No Return”, parecem herdar a
energia de sua passagem pelo Megadeth, enquanto “The Other Side of Fear” remete
ao Angra. Com produção conjunta de Adair Daufembach e arte de Gustavo Sazes, o
álbum exige um ouvinte aberto a sons que transcendem gêneros, entregando uma
experiência intensa e enriquecedora para fãs de música instrumental.
6 The Troops of Doom – A Mass to the Grotesque
A Mass to
the Grotesque reafirma o talento de Jairo Guedz e de sua banda
em reviver o espírito do death/thrash metal clássico, entregando um som sombrio
e agressivo. Com influências diretas dos tempos de Bestial
Devastation e Morbid Visions, o
quarteto apresenta uma evolução madura, que mantém a essência brutal enquanto
explora novas nuances. O disco traz 11 faixas que transitam entre o death,
thrash e até black metal. Destaques como “The Impostor King” e “The Grotesque”
mostram essa versatilidade, enquanto “Psalm 7:8 – God of Bizarre” é um épico de
mais de oito minutos que consolida o álbum como um marco do metal extremo em
2024. Com riffs cortantes, vocais viscerais e uma bateria avassaladora, o The Troops of Doom
se descola do passado sem perder sua identidade, provando que tem muito a
oferecer ao cenário global do metal.
5 Linkin Park – From Zero
From Zero,
primeiro álbum inédito do Linkin Park desde 2017, marca o renascimento do grupo
após a perda de Chester Bennington, agora com Emily Armstrong nos vocais. O
disco retoma a energia dos clássicos Hybrid Theory e Meteora, deixando de lado a pegada
pop dos últimos trabalhos. A poderosa voz de Emily traz frescor à banda,
enquanto sua interação com Mike Shinoda cria momentos marcantes, como em “The
Emptiness Machine” e “Cut the Bridge”, que equilibram peso e melodias
contagiantes. Produzido por Shinoda, o álbum explora a versatilidade vocal de
Emily, da delicadeza em “Over Each Other” ao gutural de “Casuality”. Com faixas
introspectivas, como “Overflow”, e a explosiva “IGYEIH”, o disco honra o legado
do grupo e aponta para um futuro promissor, conectando velhos e novos fãs. Uma
nova fase que recomeça com energia e emoção.
4 Judas Priest – Invincible Shield
Apostando em uma abordagem segura, Invincible Shield
segue a fórmula bem-sucedida de Firepower (2018),
com faixas que remetem aos momentos mais icônicos da carreira do Judas Priest.
Destaques como “Panic Attack”, “The Serpent and The King” e a faixa-título
intensificam o peso, enquanto “Devil in Disguise” e “Escape From Reality”
trazem a acessibilidade que marcou a trajetória da banda. Rob Halford, aos 72
anos, apresenta uma performance impressionante, provando ser uma das maiores
vozes do rock. Com uma capa deslumbrante de Mark Wilkinson, Invincible Shield mantém o Judas Priest no topo do heavy
metal, agradando fãs antigos e novos.
3 Bruce Dickinson – The Mandrake Project
Após um hiato de 19 anos, o vocalista do Iron Maiden
retorna à sua carreira solo explorando sonoridades distintas de seus trabalhos
anteriores, misturando influências de hard rock, metal clássico e elementos
progressivos. As letras abordam temas como alquimia e misticismo, enquanto
faixas como “Mistress of Mercy” e “Shadow of the Gods” se destacam pelo peso e
pela dramaticidade. A parceria com Roy Z na produção e a presença de convidados
como Gus G e Chris Declercq elevam o nível técnico do álbum. Com uma
performance vocal impecável, Bruce entrega um trabalho que foge do óbvio e
reafirma sua liberdade criativa. The Mandrake Project
é uma obra que desafia convenções, justificando seu lugar entre os melhores do
ano.
2 Nightwish – Yesterwynde
Yesterwynde,
o décimo álbum do Nightwish, reafirma a capacidade da banda de equilibrar
grandiosidade e inovação. Marcado pela ausência do baixista e vocalista Marko
Hietala, o disco explora novas direções, com a voz poderosa de Floor Jansen e
os arranjos intricados de Tuomas Holopainen conduzindo uma jornada musical rica
e desafiadora. Conceitualmente, o álbum dá continuidade à trilogia iniciada em Endless Forms Most Beautiful e
reflete sobre ciência, memória e existência, com faixas épicas como “An Ocean
of Strange Islands” e momentos acessíveis como “The Children of ‘Ata”.
Misturando metal sinfônico, influências eruditas e até toques de folk, Yesterwynde exige dedicação para
ser plenamente apreciado, mas oferece recompensas à altura, com músicas que
encantam pela profundidade e complexidade, reafirmando a singularidade do
Nightwish no cenário musical.
1 Opeth – The Last Will and Testament
The Last Will and Testament
é uma obra-prima que reafirma o Opeth como uma das mais inovadoras do rock e
metal progressivo. Conceitualmente ambientado no pós-Primeira Guerra Mundial, o
álbum apresenta uma narrativa imersiva e complexa sobre um testamento familiar.
A musicalidade é densa e intricada, mesclando influências progressivas dos anos
1970, elementos pesados e os vocais guturais de Mikael Åkerfeldt, que retornam
após anos. O álbum é uma grande suíte de mais de 50 minutos, com destaque para
faixas como “§4” e a jazzística “§5”. A presença de Ian Anderson, do Jethro
Tull, adiciona ainda mais brilho ao trabalho. Com arranjos surpreendentes, o
álbum oferece uma experiência auditiva única e imersiva, solidificando o Opeth
como uma banda essencial para os fãs de música de qualidade.
Achei a lista um tanto conservadora mas de acordo com o seu gosto pessoal, não consigo entender essa redenção com o tal Linkin Park, mas tudo bem e apenas o gosto pessoal, com todo o respeito apenas minha humilde opinião, boas festas, sou leitor assíduo!!!
ResponderExcluirImagino que tenha sido pela limitação à midia física. Muitas coisas mais interessantes não estiveram disponíveis no Brasil neste formato, infelizmente. Como o Cadão abandonou o Spotty, assim como eu, as coisas ficam mais estreitas. Sigo comprando material sempre que posso e encontro a preços razoáveis, mas fato é que ter um universo limitado ao nosso alcance nos dá mais prazer e possibilidades, já que o excesso de informação é desnorteante.
ExcluirEntão quer dizer que "um universo limitado ao nosso alcance nos dá mais prazer e possibilidades"? Não para mim!!!!!Quanto mais ilimitado e repleto de possibilidades o universo for, melhor, e espero que meu senso crítico, que pode ser pequeno mas é meu, faça a curadoria por mim direitinho...Não sou o tipo de pessoa que precisa de cabresto, ainda mais dos criados por minha própria pessoa! Se a música é de fato o mais importante, se "proibir" de ouvir música no Spotty, só ouvir música em mídia física lançada no Brasil ou no raio que o parta ou se "recusar" a baixar cd´s para ouvi-los com atenção e carinho, achando-se mais "ético" por isso, não faz o mínimo sentido!!! Como sempre coloquei a música acima de tudo, independente de fatores extrínsecos a ela, não vou ficar criando recalques para mim mesmo...Agora, vamos ao que mais importa: para mim os melhores discos de 2024 foram TWENTY ONE PILOTS - CLANCY, THE CHRONICLES OF MANIMAL AND SAMARA - ORIGINS e SWALLOW THE SUN - SHINING, sem ordem de preferência.
ResponderExcluirMeu caro, não tem a ver com ética ou limitaçõs autoimpostas... apenas com o fato de que é humanamente impossível acompanhar lançamentos digitais da mesma forma que acompanhamos os físicos... a atenção se detém muito mais em materiais que cuidadosamente selecionamos e nos quais investimos. Na verdade, compro muitos cds também não lançados por aqui, no entanto, ouvi-los em um equipamento de qualidade e adequadamente vale, pra mim, e cito novamente, pra mim, muito mais do que ter zilhões de possibilidades as quais nao me dedicarei com a mesma atenção dirigida. O que você chama de cabresto, chamo de escolha, apenas. Pra mim, simplesmente não faz sentido ter uma "coleção" que não é minha, mas pertence a algum servidor remoto no norte do planeta. hahaha.
ExcluirAlexandre, atualmente só compro cd original se já o tiver ouvido nos torrents da vida e gostado bastante, mas bastante mesmo. Comprar cd original antes de ouvir só porque é de tal artista nem pensar!!!Nos últimos 3 anos comprei, se tanto, 4 ou 5 cds originais. O meu método é o seguinte: baixo os cds que tenho interesse, os imprimo em cd-r e ouço até cansar. E minha coleção, mesmo que de discos baixados guardados em envelopes coloridos e fuleiros de papel sem charme algum, onde 90% não é grande coisa(rs), é minha sim! Valeu!
ResponderExcluirTambém compro apenas se realmente gostar, estou caminhando em direção a uma coleção sustentável, que, se não tem muitos itens, com certeza terá preciosos! Que em 2025 a música continue conosco, de onde quer que venha. Já vou ouvir suas recomendações, pra mim é sempre a lista mais aguardada. Abraço!
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