Lançado em 26 de fevereiro de 1981, Point of Entry é o sétimo álbum do Judas Priest e marca um momento peculiar na discografia da banda. Após o grande sucesso de British Steel (1980), que solidificou a banda como uma força do heavy metal, o Judas Priest decidiu seguir uma direção mais acessível e orientada para o mercado norte-americano. O resultado foi um disco que dividiu opiniões: enquanto alguns fãs apreciam sua abordagem mais melódica e radiofônica, outros consideram um dos trabalhos mais fracos do grupo.
Diferente do som direto e cortante de British Steel, Point of Entry apresenta uma produção mais polida e uma sonoridade voltada para o hard rock, com riffs menos agressivos e um foco maior em melodias cativantes. Isso reflete a tentativa da banda de expandir sua base de fãs nos Estados Unidos, onde o rock de arena crescia a passos largos todos os dias. A produção, feita pela própria banda junto a Tom Allom, tem um tom mais quente e menos metálico, o que reforça essa mudança de abordagem.
Há grandes canções em Point of Entry. "Heading Out to the Highway" se transformou no grande hit e em um dos poucos clássicos duradouros desse álbum. Com um riff marcante e um refrão memorável, tornou-se uma das músicas mais reconhecíveis da banda. "Desert Plains" já é uma faixa atmosférica e melódica, que se destaca pelo groove constante e um vocal cativante de Rob Halford. "Hot Rockin’" é outra tentativa de hit radiofônico, agora com um ritmo animado e uma pegada simples, mas energética. Outras músicas, como "Solar Angels" e "Troubleshooter", possuem bons momentos, mas carecem da força e do impacto que outros álbuns da banda apresentavam.
Na época, Point of Entry recebeu críticas mistas. Muitos sentiram que a banda havia perdido um pouco de sua identidade metal para buscar um som mais acessível. Comercialmente, o álbum teve um desempenho razoável, mas não alcançou o mesmo impacto de seu antecessor ou de seu sucessor, Screaming for Vengeance (1982), que trouxe o Judas Priest de volta ao som mais pesado e ao estrelato global.
Com o tempo, Point of Entry tornou-se um dos álbuns mais polarizadores da discografia do Judas Priest. Para alguns, é uma prova da versatilidade da banda e de sua disposição para explorar novas sonoridades, enquanto para outros, representa um dos momentos menos inspirados de sua trajetória.
Embora não seja um dos pontos mais altos da carreira do Judas Priest, Point of Entry é um álbum que mostra a banda experimentando novas direções. Tem seus momentos brilhantes, mas no geral, carece da intensidade e da inovação que tornaram o grupo uma lenda do metal. Para quem busca o lado mais melódico do Priest, vale a audição, mas os fãs do som mais pesado da banda certamente preferem outros discos da era clássica.
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