Lançado em 7 de abril de 1987, o álbum homônimo do Whitesnake marca um ponto de virada não só na carreira do grupo liderado por David Coverdale, mas também na história do hard rock oitentista. É uma obra que equilibra potência, sensualidade e refinamento técnico em uma abordagem feita sob medida para a era dos videoclipes e das arenas lotadas.
Após anos cultivando uma sonoridade mais calcada no blues rock britânico, o Whitesnake modernizou seu som para o mercado americano. Para isso, Coverdale reformulou a banda quase por completo, contando com guitarristas de peso como John Sykes (ex-Thin Lizzy), que contribuiu intensamente nas composições e gravações, mesmo sendo afastado antes da turnê.
Visualmente, o grupo também
se moldou à estética glam/hard rock da época — cabelos volumosos, roupas de
couro e videoclipes cinematográficos, como os icônicos de "Here I Go
Again" e "Is This Love", estrelados por Coverdale e a atriz
Tawny Kitaen, com quem ele se casaria.
Entre as músicas, estão alguns dos maiores clássicos do Whitesnake. "Still of the Night" é um épico hard rock com influência evidente de Led Zeppelin, onde os vocais de Coverdale atingem níveis quase teatrais, acompanhados por riffs monstruosos e mudanças de clima dramáticas. "Here I Go Again" ganhou um remake da versão de 1982 (a versão original está no quinto álbum da banda, Saints & Sinners), agora com arranjo mais polido e radiofônico. Tornou-se um dos maiores sucessos do grupo, atingindo o topo das paradas americanas. Já "Is This Love" é a balada clássica dos anos 1980, com clima romântico e produção limpa, feita sob medida para conquistar o público de rádios FM. "Give Me All Your Love" e "Crying in the Rain" (outra presente originalmente em Saints & Sinners) também mostram a força instrumental do disco, com solos virtuosos e vocais cheios de emoção.
Produzido por Mike Stone e pelo próprio Coverdale, o álbum tem uma sonoridade cristalina, poderosa e perfeitamente alinhada com o padrão de produção dos anos 1980. Tudo soa grande: baterias reverberantes, vocais épicos e guitarras afiadas. O sucesso foi estrondoso: mais de 8 milhões de cópias vendidas apenas nos EUA. O álbum projetou o Whitesnake ao status de superestrela global e consolidou Coverdale como um dos grandes frontmen do hard rock.
O Whitesnake de 1987 é um marco do hard rock oitentista, fruto de uma transformação calculada, mas incrivelmente bem executada. Embora fãs mais antigos possam sentir falta das raízes blueseiras, não há como negar o impacto e a qualidade dessa nova encarnação da banda. É um disco que sintetiza tudo o que o hard rock da época tinha de melhor: refrões memoráveis, solos inspirados, produção grandiosa e carisma. Um verdadeiro clássico.
disco magnífico de hard'n heavy oitentista, extremamente subestimado por questões menores, bem menores, como mudanças de visual e foco mercadologico da banda à época, disco bem mais pesado que o som tradicional da banda até ali (excetuando as baladas, claro), bem executado e produzido, com performances magnânimas de John Sykes (a melhor de sua carreira) e Coverdale, o trabalho que Sykes executa nesse album é muito especial
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