Lançado em 25 de julho de 1980, Back in Black não é apenas o álbum mais conhecido do AC/DC: é uma verdadeira lenda da música, com vendas estimadas em mais de 50 milhões de cópias no mundo todo, sendo um dos discos mais vendidos da história, em qualquer gênero. Uma façanha ainda mais impressionante quando se considera o contexto de sua criação.
A banda australiana vinha em uma crescente com o vocalista Bon Scott, que havia se tornado um ícone do hard rock graças à sua presença de palco e seu vocal inconfundível. Mas, em fevereiro de 1980, Bon foi encontrado morto em Londres, aos 33 anos. A tragédia poderia ter encerrado a trajetória da banda — e muitos pensaram que encerraria. Mas o AC/DC não apenas sobreviveu: ressurgiu com ainda mais força.
Poucos meses após a morte de Scott, o grupo anunciou Brian Johnson, vocalista da banda britânica Geordie. Com produção de Robert John “Mutt” Lange (o mesmo de Highway to Hell), a banda mergulhou nos estúdios nas Bahamas e gravou aquele que se tornaria não apenas um tributo a Bon Scott, mas também um novo capítulo — gigantesco — na história do rock.
O tracklist de Back in Black é simplesmente matador. De cara, "Hells Bells" já mostra que o grupo não perdeu o peso, nem a alma. A faixa-título é um hino absoluto, com um dos riffs mais icônicos da história. E o que dizer de "You Shook Me All Night Long"? Um clássico instantâneo, tocado à exaustão em rádios, filmes, estádios e festas até hoje. O álbum ainda traz pedradas como "Shoot to Thrill", "Have a Drink on Me", "Rock and Roll Ain’t Noise Pollution" e "Given the Dog a Bone", sem qualquer momento fraco — um verdadeiro desfile de riffs, refrões e grooves que definiriam o som do AC/DC dali em diante.
As influências são claras: Chuck Berry, blues elétrico, boogie e rock and roll clássico, tudo filtrado por uma produção limpa e poderosa que deu nova vida à fórmula da banda. Back in Black é puro instinto, suor e atitude. Uma aula de como fazer rock com pegada, energia e, acima de tudo, identidade.
Mais de quatro décadas depois, o disco continua sendo uma referência não apenas dentro do hard rock, mas em toda a música popular. Está entre os álbuns mais reconhecíveis do planeta, daqueles que mesmo quem não é fã de rock conhece, canta e identifica em segundos. Um legado indestrutível, e uma vitória incontestável da superação sobre a tragédia.
Back in Black não salvou apenas a carreira do AC/DC. Ele redefiniu o que significa resistir, se reinventar e dominar o mundo do rock.
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