Os cinco melhores discos de heavy metal lançados em julho segundo o About.com

Como de praxe, muita coisa bacana e interessante na lista dos cinco melhores discos de heavy metal divulgada mensalmente pelo About.com. Desta vez, o editor Chad Bowar e sua trupe colocaram o duo Jucifer e seu sludge/doom em primeiro lugar. All Pigs Must Die, Phil Anselmo, Autopsy e Trouble completam a abrangente escolha dos destaques de julho.

Para ver os cinco melhores de cada mês de 2013: 
junho e maio (já na Collector's, com os comentários traduzidos); abril, março, fevereiro e janeiro (só no original do About.com).


Gostei de Jucifer, Autopsy e Trouble. E vocês? Deixem também seus favoritos do mês.


1. Jucifer - За Bолгой для нас земли нет

O álbum é um tributo à história e aos povos da Rússia, especialmente Volgograd (Stalingrado). No início, no fim e em várias partes centrais do disco, ouvimos pessoas falando e cantando em russo. A voz feminina (de Amber Valentine) fala da Mãe Rússia, terra que seu povo lutou valentemente para proteger.

За Bолгой для нас земли нет
narra a dor, a bravura e as perdas do povo russo, que constantemente esteve em embates contra forças externas, principalmente durante a 2ª Guerra Mundial.


Cada faixa apresenta uma cavalgada de riffs pantanosos e tons que fazem chacoalhar como se o som da morte e da dor ecoasse pela mente. Não é pesado apenas pelo simples prazer de ser pesado. É a representação sonora apaixonada de um povo orgulhoso. Um álbum tão grandioso e potente quanto o país que o inspirou.


2. All Pigs Must Die - Nothing Violates This Nature

Em Nothing Violates This Nature, o All Pigs Must Die destila toda a essência do ódio na forma de um hardcore metálico e explosivo. Um disco violento e furioso. Se você está interessado em qualquer tipo de música pesada, está diante de uma audição obrigatória.

Sim, a banda é formada por membros de nomes como The Hope Conspiracy, Bloodhorse e, especialmente, Converge. Porém, o All Pigs Must Die não deve ser considerado um projeto paralelo desses músicos por várias razões. Uma vez que você tem os tímpanos estourados por hinos como "Bloodlines" você entende o porquê.


Trap Them, Nails e All Pigs Must Die já dividiram o mesmo palco? Se sim, nunca irei me perdoar por não ter estado lá. Se não, será que alguém pode fazer isso acontecer? De preferência agora?


3. Philip H. Anselmo & The Illegals - Walk Through Exits Only

Anselmo e seu bando bestial entregam um verdadeiro espancamento. Jabs de death metal, ganchos de esquerda de hardcore e um combo vertiginoso de groove, noise, math metal e grind deixam o ouvinte ferido e detonado. O golpe responsável pelo nocaute e que te deixa sem dentes e de queixo caído é o próprio Phil Anselmo.

Passou um longo tempo desde a última vez que o vimos tão visceral assim. Não há refúgio, não apenas em sua entrega, mas também no bom conteúdo lírico. A voz de Anselmo deixa pingar uma espécie de raiva torturante que expresa exatamente o que está em sua cabeça.


Cada faixa corta como se fosse um punhal no coração do ouvinte. Com beligerância crua e selvagem. Um caso que empurra Anselmo para a beira da loucura. Como os fãs de Pantera e/ou Down irão reagir ainda precisa ser visto, mas o crítico que vos escreve torce para que
Walk Through Exits Only consiga silenciar os pedidos de um futuro retorno do Pantera. Tudo o que você precisa está exatamente aqui.


4. Autopsy - The Headless Ritual

The Headless Ritual mostra o Autopsy ramificando-se um pouco mais com uma adição maior de doom e peso ao som, assim como variações bastante interessantes nas composições.

Não se preocupe, entretanto, com a aplicação de alguns momentos levemente progressivos. Tais momentos são fugazes da melhor maneira possível e simplesmente acrescentam um certo tempero ao que, essencialmente, é um verdadeiro assalto esmagador de death metal apresentado por uma banda que sabe o que faz.


A variação nas composições distingue
The Headless Ritual da horda de imitações que se vê por aí e demonstra também que o Autopsy não teme sair de sua zona de conforto e dar um passo além.


5. Trouble - The Distortion Field

The Distortion Field é um bom exemplo do som clássico do Trouble. Doom metal melódico e metal tradicional se entrelaçam igualmente neste trabalho ao ponto em que o Trouble se afasta um pouco de seus flertes anteriores com o stoner metal.

Os guitarristas fundadores Rick Wartrell e Bruce Franklin pilham toneladas de riffs que variam em uma faixa de velocidade entre o ritmo lento e o mediano. Os vocais de Kyle Thomas elevam-se com um grande alcance.


As composições de
The Distortion Field são ainda mais enfatizadas pela ordem bem construída do track list. O Trouble entrega um álbum muito sólido e que irá satisfazer os fãs do som clássico da banda, assim como deixará intrigados os novos apreciadores.


Por
Guilherme Gonçalves

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