Review: Seu Juvenal - Rock Errado (2016)



O Brasil é um país continental. E isso faz com que diferentes regiões tenham culturas, costumes e referências próprias. Isso, é claro, também é refletido na música. Cada estado tem seus ícones, suas lendas locais, seus heróis. E que são, de modo geral, desconhecidos e ignorados no resto do Brasil. 

O Seu Juvenal é um desses exemplos. Com mais de 20 anos de carreira, a banda mineira chega ao seu terceiro disco, Rock Errado. E eu, aqui do outro lado do mundo, nunca havia escutado os caras. Mas sempre há tempo para corrigir as coisas.

Com dez faixas, Rock Errado traz uma sonoridade que varia entre canções mais pesadas e agressivas, e outras com uma pegada mais pop e suave. Como referência para o ouvinte, há uma certa semelhança com o Barão Vermelho dos bons tempos, com uma sonoridade mais crua e direta, similaridade evidenciada pela semelhança da voz de Bruno Bastos com a de Frejat e a formatação básica de guitarra, baixo e bateria.



Ainda que a banda cite em seu release que possua uma sonoridade “esquisita”, não é esse o termo que melhor define a música do Seu Juvenal. O que temos em Rock Errado é uma musicalidade bastante variada, porém sempre dentro do universo do rock, explorando diferentes facetas do gênero. Uma das melhores músicas, por exemplo, é a agressiva faixa-título, que flerta com a estética punk e tem como convidado Manu Joker, vocalista do Uganga.

Rock Errado é um bom disco, que mostra uma banda consolidada e que sobrevive em sua cena local, mas que tem qualidade para alcançar outros públicos fora de Minas Gerais. Trata-se de um disco que contradiz a galera do “não se faz mais rock no Brasil”. Faz sim, amigo, e dos bons.


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