Quadrinhos: Homem-Aranha Azul, de Jeph Loeb e Tim Sale (2019, Panini)


A morte de Gwen Stacy foi um dos momentos definidores dos quadrinhos. O evento encerrou a era a inocência nas HQs e até hoje é lembrado como uma das histórias mais marcantes e tristes da cronologia do Homem-Aranha. Contextualizando: Peter Parker vivia um lindo amor com a bela Gwen, formando um dos casais mais celebrados da Marvel. Então, sem aviso prévio, em julho de 1973 a editora publicou uma história onde Stacy morre em consequência de uma luta do Homem-Aranha com o Duende Verde. Até aquele momento, mortes de personagens não eram comuns em HQs de super-heróis, e, além disso, as namoradas e esposas dos personagens eram apenas coadjuvantes, sem um papel tão marcante quanto o desempenhado por Gwen.

Ao contrário do conceito de morte nos universos Marvel e DC, onde o personagem morre em uma edição especial e retorna seis meses depois em uma tiragem limitada e em capa dura, a partida de Gwen Stacy foi permanente e mudou não apenas a história do Aranha, mas a própria evolução das HQs. A partir desse evento, aspectos mais realistas passaram a ser inseridos nos roteiros tanto da Marvel quanto da DC, atingindo o ápice no retrato cínico e desesperador mostrado em clássicos como Watchmen, publicado na segunda metade da década de 1980.


Todo esse contexto é relembrado por Jeph Loeb e Tim Sale (a mesma de histórias marcantes do Batman como O Longo Dia das Bruxas) em Homem-Aranha Azul, que está sendo relançada pela Panini em uma nova edição. O título faz parte da tetralogia das cores da dupla, onde Loeb e Sale revisitam o passado de personagens da Marvel em mais três títulos: Demolidor Amarelo, Hulk Cinza e Capitão América Branco – todos estão ganhando novas edições pela Panini.

O que torna Homem-Aranha Azul especial é o fato de ela conversar diretamente com a marcante morte de Gwen Stacy. Na trama, Peter Parker relembra e conta para os leitores como conheceu e se apaixonou pelo seu primeiro amor, e isso é feito de maneira sensacional através do texto sensível e extremamente lírico de Loeb e pela arte refinada de Sale, que conversa diretamente com o traço de Steve Ditko e John Romita, artistas que definiram o visual clássico do Aranha. O resultado é uma história de amor emocionante e muito bonita relatada em uma HQ de super-herói, algo bastante incomum de se encontrar por aí, e que coloca Peter Parker entre Gwen Stacy e Mary Jane Watson: o amor da sua vida e a mulher que o fez redescobrir o amor.

Homem-Aranha Azul é daqueles tipos de histórias em quadrinhos que você pode indicar ou dar de presente para aquele seu amigo/amiga que não gosta do formato, e mesmo assim ele se surpreenderá com o que irá ler.

Uma HQ ótima e linda, que deveria estar em catálogo permanente no acervo da Panini. Espero que isso aconteça com essa nova edição.

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