Review: Scott Stapp – The Space Between the Shadows (2019)



Scott Stapp foi uma das grandes vozes da segunda metade da década de 1990 e início dos anos 2000. À frente do Creed, conduziu a banda para o status de uma das mais populares daquela época, vendendo literalmente milhões de discos em todo o planeta. O quarteto se separou em 2004, retornou em 2009 com um novo disco e desde então permanece em hiato. Esse processo todo gerou uma nova grande banda, o Alter Bridge, que conta com o trio de instrumentistas do Creed – o guitarrista Mark Tremonti, o baixista Brian Marshall e o baterista Scott Phillips, mais o vocalista Myles Kennedy -, enquanto Stapp seguiu carreira solo.

The Space Between the Shadows é o terceiro álbum solo do vocalista e foi lançado em julho pela Napalm Records, com produção da dupla Scott Stevens e Marti Frederiksen, e ganhou edição nacional através da Hellion Records. O trabalho vem com 12 canções inéditas e traz Scott ao lado de Yiannis Papadopoulos (guitarra), Ben Flanders (guitarra), Sammy Hudson (baixo) e Dango Cellan (bateria).

Scott Stapp entrega em The Space Between the Shadows um disco bastante emocional, com letras muito pessoais e que mostram como a fé (ele é cristão declarado) foi fundamental para que o músico conseguisse se reerguer após sérios problemas de saúde mental apresentados nos últimos anos. Stapp é transparente em sua luta para se manter saudável e limpo, e não esconde esse processo nas músicas. O resultado é um disco bastante verdadeiro e autêntico, que varia entra canções mais agitadas e várias baladas, sempre amparadas por doses generosas de peso.

O trabalho de composição, realizado pelo quarteto Blair Daly (que já trabalhou para nomes como Lynyrd Skynyrd, Halestorm e Carrie Underwood), Kevin Howard Gruft, Zac Maloy e Marti Frederiksen (produtor e autor de canções para artistas como Aerosmith, Ozzy Osbourne e Mötley Crüe, entre outros) e com letras escritas prioritariamente por Stapp, é excelente. Há uma arquitetura harmônica e um trabalho de melodia muito bem feitos, o que resultado em um álbum extremamente bem executado e que proporciona uma audição que agrada de imediato. Trata-se com folga do melhor álbum solo de Scott Stapp – anteriormente o cantor lançou The Great Divide (2005) e Proof of Life (2013).

Entre as músicas, destaques para “World I Used to Know”, “Name”, a ótima “Purpose for Pain” (a melhor do disco), “Survivor”, “Face of the Sun”, “Red Clouds” e “Last Hallelujah”. 

Surpreendentemente, um dos melhores álbuns de 2019.

Scott Stapp está de volta ao jogo.

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