Por Fábio Pires
Colecionador e Pesquisador Musical
Ouvindo uma das obras-primas de Miles Davis, um de meus artistas favoritos, deparei-me com o álbum "Miles in Berlin" (gravado em 1964 e lançado apenas em 1969), e ainda mais me surpreendi com o line-up genial do artista. Esse cara sabia quem chamar para tocar com ele e tocava com os melhores. Já havia feito isso com John Coltrane, por exemplo, em outros álbuns, e Wayne Shorter (no sax tenor), Herbie Hancock (piano), Ron Carter (baixo) e o precoce Tony Williams (bateria) já dispensavam qualquer apresentação mesmo para aquela época. "Genial", disso é que se pode chamar um artista desse porte.
Resolvi fazer uma pequena tradução do texto original do CD, que dá uma breve pincelada naquilo que foi a gravação do quinteto em Berlim Ocidental. Apreciem comprando o álbum desse protagonista do jazz, e olha que de protagonistas o jazz está cheio.
Na noite de 25 de setembro de 64, Miles Davis começou um novo verso no poema épico que era sua música. E naquela noite, na cidade conhecida como Berlin Ocidental, o grande trumpetista/bandleader gravou pela primeira vez o que viria à ser chamado de seu ‘segundo grande quinteto’.
Com a inclusão de Wayne Shorter como seu parceiro ‘front-line’, o mais original dos saxofonistas tenores pós Coltrane, Davis (1926-1991) fez a comparação ideal. Simulado pelos ritmos rápidos e improvisados do pianista Herbie Hancock, o baixista Ron Carter e o fenômeno da bateria de 18 anos de idade Tony Williams, o quinteto estava consciente em fazer seu início crucial, que anos depois foi chamado de ‘freebop’.
Apesar da escolha do repertório na Filarmônica de Berlim não ser surpreendente (dois standards, "Autumn Leaves", a fantástica inédita "Stella by Starlight", três versões de "Walkin", "So What" e "Milestones"), suas interpretações multi-facetadas eram.
Durante os quatro anos seguintes, o segundo grande quinteto viria adicionar brilhantemente às cores tonais em sua aquarela, e "Miles in Berlin" indica as obras-primas que viriam à seguir. As gravações originais para o LP foram produzidas por Rudy Wolpert.
Valeu Fábio. Realmente um disco fantástico. Na minha opinião, a qualidade do audio desse disco é bem superior a maioria dos lançamentos ao vivo de Davis gravados na mesma época, o que o torna ainda mais especial. Vai para o player agora.
ResponderExcluirUm dos grandes álbuns ao vivo de Miles, sem dúvida...
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