Por Tiago Rolim
Colecionador
Collector´s Room
Cotação: ***1/2
“A ignorância é uma benção”. Nunca uma frase caiu tão bem em relação a um lançamento musical brasileiro nestes anos 2000 do que esta para se referir ao disco em questão.
Explico: para quem não conhece o Manacá, tudo parece perfeito; uma banda recém-formada (tem apenas quatro anos de idade), vinda de aparições em vários festivais Brasil afora, onde invariavelmente era destaque pela sua qualidade em cima do palco, apresentando uma proposta, que se não é inédita, ao menos é bem feita. Com boas músicas, boas letras e uma vocalista carismática e linda. Ou seja, não tinha como dar errado, certo? Errado, pois este disco é uma prova que um produtor pode acabar com um potencial de uma banda facilmente.
Disse que as músicas são boas e são mesmo. "Desejado", "Diabo", "O Galo Cantou" e "Faca de Ponta" são muito acima da média em relação ao que está sendo feito no rock nacional em muito tempo. E fazia tempo que uma cover não se encaixava tão bem no som da banda como "Canto de Ossanha", de Vinícius de Moraes e Baden Powell.
Explico: para quem não conhece o Manacá, tudo parece perfeito; uma banda recém-formada (tem apenas quatro anos de idade), vinda de aparições em vários festivais Brasil afora, onde invariavelmente era destaque pela sua qualidade em cima do palco, apresentando uma proposta, que se não é inédita, ao menos é bem feita. Com boas músicas, boas letras e uma vocalista carismática e linda. Ou seja, não tinha como dar errado, certo? Errado, pois este disco é uma prova que um produtor pode acabar com um potencial de uma banda facilmente.
Disse que as músicas são boas e são mesmo. "Desejado", "Diabo", "O Galo Cantou" e "Faca de Ponta" são muito acima da média em relação ao que está sendo feito no rock nacional em muito tempo. E fazia tempo que uma cover não se encaixava tão bem no som da banda como "Canto de Ossanha", de Vinícius de Moraes e Baden Powell.
Uma saudável influência da música nordestina enriquece muito as composições. Mas uma influência diferente do que se vê por ai; em vez de Maracatu, xote, forró ou algo mais recorrente, eles foram atrás do “esquecido” Movimento Armorial, que tem como principal representante o Quinteto Armorial.
As letras são muito bem escritas, em sua maioria pela vocalista Letícia, onde se vê uma riqueza de imagens vindas da literatura de Ariano Suassuna, sua principal influência - não por acaso, o idealizador do Movimento Armorial.
Mas é ai que se explica a frase do início. Graças à internet, com alguns poucos toques se acha às versões demos de todas as músicas presentes no disco. E TODAS as versões demos são melhores, pois lá estava uma banda original, com muita energia, garra e um peso muito bem-vindo. Não que a originalidade não esteja no disco, mas o peso se foi totalmente. Compare, por exemplo, "O Galo Cantou", e você vai perceber isto claramente. Até a versão acústica da mesma perdeu em relação a presente na demo. Culpa da produção de Mario Caldato - que já trabalhou com Nação Zumbi, Soulfy, Marisa Monte, entre outros -, que inexplicavelmente tratou de passar um verniz na sonoridade da banda, deixando-a com um som morno e mais comercial (ô palavrinha chata essa!).
Por isso, digo: se você não conhece a grupo, vale a pena, pois mesmo com este deslize na produção a música é bela e original. O disco tem um acabamento gráfico lindo, que casa totalmente com o som proposto pela banda.
Para uma estreia foi bom - como disse, bem acima da média -, mas o Manacá mostra que tem potencial para muito mais em um futuro próximo.
Mas é ai que se explica a frase do início. Graças à internet, com alguns poucos toques se acha às versões demos de todas as músicas presentes no disco. E TODAS as versões demos são melhores, pois lá estava uma banda original, com muita energia, garra e um peso muito bem-vindo. Não que a originalidade não esteja no disco, mas o peso se foi totalmente. Compare, por exemplo, "O Galo Cantou", e você vai perceber isto claramente. Até a versão acústica da mesma perdeu em relação a presente na demo. Culpa da produção de Mario Caldato - que já trabalhou com Nação Zumbi, Soulfy, Marisa Monte, entre outros -, que inexplicavelmente tratou de passar um verniz na sonoridade da banda, deixando-a com um som morno e mais comercial (ô palavrinha chata essa!).
Por isso, digo: se você não conhece a grupo, vale a pena, pois mesmo com este deslize na produção a música é bela e original. O disco tem um acabamento gráfico lindo, que casa totalmente com o som proposto pela banda.
Para uma estreia foi bom - como disse, bem acima da média -, mas o Manacá mostra que tem potencial para muito mais em um futuro próximo.
Vamos esperar.
Faixas:
1. Prelúdio
2. A Flor do Manacá
3. Diabo
4. Lua Estrela
5. O Galo Cantou
6. Rosa Branca e Romã
7. Lamento
8. Gaiola
9. Faca de Ponta
10. Desejado
11. O Galo Cantou (Acústica)
12. Canto de Ossanha
Faixas:
1. Prelúdio
2. A Flor do Manacá
3. Diabo
4. Lua Estrela
5. O Galo Cantou
6. Rosa Branca e Romã
7. Lamento
8. Gaiola
9. Faca de Ponta
10. Desejado
11. O Galo Cantou (Acústica)
12. Canto de Ossanha
Fala rapá! Resenha muito bem feita cara! Conhecia já há tempo o trabalho da Manacá. Ainda não ouvi o CD (estou com as faixas demo na cabeça). Devo comprar o disco em pouco tempo e verei as versões novas.
ResponderExcluirDe qualquer forma, o guitarrista é super gente boa e eu desejo tudo de bom pra eles!
Grande abraço!
Valeu Thiago. Mesmo tendo a Demo, vale a pena comprar o disco, pois o mesmo é bom, apesar deste deslize da produção. e sempre é bom ajudar e dar suporte as (poucas) boas bandas nacionais. Quem sabe em um próximo lançamento eles acertem na produção né?
ResponderExcluirGostei muito da resenha do Tiago. A resenha está muito bem construída e escrita. Textos como esse fazem a gente ter vontade de ouvir o disco, que é o que eu vou fazer.
ResponderExcluirPode ouvir sem medo Ricardo, tenho certeza que vc vai gostar. Mas, entretanto, não deixe de conferir a Demo também certo?
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