Por João Renato Alves
Jornalista e Colecionador
Collector´s Room
Cotação: ***
Chris Boltendahl, definitivamente, é um cara pra lá de indeciso. Uma hora, diz que não vai lançar mais álbuns conceituais. Depois faz um disco nesses moldes e diz que vai se prender ao que o Grave Digger fez de mais popular em sua carreira recente – vide a trilogia Tunes of War (1996) / Knights of the Cross (1998) / Excalibur (1999). The Clans Will Rise Again é o décimo-quinto trabalho de estúdio dos alemães (descontando Stronger Than Ever, lançado apenas sob o nome de Digger), marcando a estreia do novo guitarrista Axel Ritt, que substitui Manni Schmidt. Nele, a temática é a mesma de Tunes of War, embora não siga uma ordem cronológica, abordando fatos e ideias soltas na história de batalhas dos guerreiros escoceses.
A intro “Days of Revenge” já deixa o ouvinte no clima de batalha. Dá até para relembrar William Wallace indo para a peleia com seus amigos. Um riff agressivo desponta em “Paid in Blood”, música até que bacana, mas um tanto quanto previsível. A coisa melhora sensivelmente em “Hammer of the Scots”, que começa com um dedilhado e cai em um metal agressivo e muito consistente, com refrão para ser cantado a plenos pulmões nos shows. A música de trabalho, “Highland Farewell”, traz bastante gaita de fole e uma levada mais cadenciada, bem interessante. A faixa-título traz alguns dos melhores riffs do álbum. Aliás, acho que nesse quesito, Axel ficou devendo em relação a Manni, que trabalhava mais esse aspecto. “Rebels” é uma das melhores. Veloz e com performance incendiária de Chris Boltendahl. Um dos momentos mais power do play.
“Valley of Tears” até que começa interessante, mas depois vai caindo na mesmice. O começo de “Execution” nos leva a crer que será uma balada. Mas depois dos primeiros versos, guitarra e bateria explodem nos alto-falantes. Um piano soturno introduz a arrastada “Whom the Gods Love Die Young”, música um pouco diferente do que se espera da banda, mas que ficou interessante. A carnificina é retomada em “Spider”, pesada mas que também cai na mesma armadilha de algumas anteriores. “The Piper McLeod” é uma curta instrumental, mais uma vez tipicamente escocesa. Eis que chega a música chamada... “Coming Home”! Sim, agora até o Grave Digger tem uma canção com esse nome! O que eu falava sobre previsibilidade mesmo...? Para encerrar, uma faixa bem legal, “When Rain Turns to Blood”. Levada lenta e melodia marcante, uma das melhores.
Faltou algo, definitivamente. Apesar de algumas boas músicas, o Grave Digger ficou abaixo do que pode mostrar, especialmente por ter insistido em uma fórmula pra lá de batida – e pelos próprios, ainda. Prefira os clássicos, ou até mesmo o ótimo trabalho anterior, Ballads of a Hangman (2009).
Cara,essa banda parece bacana.
ResponderExcluirSó uma pergunta:se eles são alemães,porque todos esses temas escosses nas músicas?Eles são fãs de Highlander ou alguma coisa assim?
Max, obrigado pelo comentário. Historicamente, o Grave Digger sempre explorou temas escoceses em seus discos. O ápice disso se deu em Tunes of War, disco lançado em 1996, e que é provavelmente o maior clássico da banda.
ResponderExcluirAbraço.