
Por João Renato Alves
Jornalista e Colecionador
Collector´s Room
Cotação: ****
A pergunta que me fiz antes de começar a ouvir 7 Sinners foi: qual o propósito? Afinal de contas, parece que, apesar de algumas boas ideias, os últimos álbuns do Helloween vêm sendo gravados muito mais para cumprir tabela que para qualquer outra coisa. De qualquer modo, como é uma banda importante para minha formação musical, lá vou eu mais uma vez conferir o que o grupo aprontou. Esse é o oitavo lançamento de estúdio com Andi Deris nos vocais – o dobro do eterno Michael Kiske. Portanto, quem não se acostumou até hoje não tem motivo algum para chegar perto. Os menos radicais sabem que, diferenças de estilo à parte, o ex-Pink Cream 69 faz um bom trabalho.
Ao invés de começar da forma já tradicional, a banda optou por abrir o play com a cadenciada “Where the Sinners Go”. Mantendo sua veia bem humorada, rola até um mini-tributo ao Judas Priest em linha vocal no meio da faixa. Na sequência, o já conhecido single “Are You Metal?”. Sem grandes novidades, é o típico som da era Deris. As coisas melhoram em “Who is Mr Madman”. Vigorosa, consegue alternar climas de maneira assombrosa, configurando-se em um dos destaques. “Raise the Noise” é um heavy tradicional sem muita enrolação, com melodia de fácil assimilação e guitarras na cara do ouvinte. Falando em melodia cativante, “World of Fantasy” é aquele tipo de som com a marca registrada do Helloween, fazendo a felicidade dos fãs.
Uma fenomenal pegada na bateria aliada a riffs ganchudos mantém o nível alto em “Long Live the King”. Chega a hora da baladinha guiada pelo piano e com orquestrações ao fundo. “The Smile of the Sun” cumpre seu papel com dignidade, mas não chega a chamar atenção. A faixa que tem o melhor título entre todas, “You Stupid Mankind”, traz algumas influências contemporâneas na timbragem dos instrumentos, deixando-a entre o curioso e o inesperado. Mas logo a 100% power metal “If a Mountain Could Talk” chega para colocar as coisas em seu devido lugar. Misturando a pegada heavy com uma levada rock and roll, “The Sage, The Fool, The Sinner” é outra que merece ser citada como um dos destaques. Faixa que tem cara de funcionar muito bem ao vivo – se a executarem, é claro.
“My Sacrifice” mistura o metal melódico característico com uma dose de dramaticidade no arranjo orquestrado ao fundo que ficou bem interessante, além de uma bateria quebrada com claras influências prog. E apesar dessas influências, não se trata de uma faixa longa – 4:58. Uma pequena vinheta chamada “Not Yet Today”, com Andi Deris mostrando um vocal com certa aura misteriosa, antecede a última música. Apesar de não ser tão longa como uma “Halloween” ou “Keeper of the Seven Keys”, “Far From the Future” é o épico da vez, com seus quase 8 minutos. E apesar de ser a mais longa, todo mundo sabe que o Helloween tem as manhas para esse tipo de composição. Suas alternâncias fazem com que não se torne cansativa. Muito pelo contrário, pois o pique se mantém em alta até o fim.
7 Sinners consegue reverter uma expectativa ruim de quem a possuía e conta com todos aqueles atributos para se tornar o disco que não vai sair da cabeça dos fanáticos. Ao menos até o quinteto lançar o seu próximo. Aliás, vale citar que o álbum foi disponibilizado na íntegra para audição no MySpace da banda. Obrigatório para quem curte a fase atual do grupo.

Faixas:
1 Where the Sinners Go 3:35
2 Are You Metal? 3:38
3 Who Is Mr. Madman? 5:40
4 Raise the Noise 5:06
5 World of Fantasy 5:15
6 Long Live the King 4:12
7 The Smile of the Sun 4:37
8 You Stupid Mankind 4:05
9 If a Mountain Could Talk 6:43
10 The Sage, the Fool, the Sinner 4:00
11 My Sacrifice 5:00
12 Not Yet Today 1:11
13 Far in the Future 7:42
Vou ter que ser honesto e dizer que já perdi um pouco do contato com o Helloween a algum tempo. Para mim os discos ficaram todos iguais, ao meu ver, a partir do The Dark Ride.
ResponderExcluirMas isso é uma opinião de quem não prestou tanta atenção à banda nos últimos anos. E isso não ocorreu por eu ser uma "viúva do Kiske".
Pois é, eu também não gostei de nada pós The Dark Ride. Acho que ficou tudo uniforme demais. A produção dos discos tenta fazer o som soar moderno e isso é horrível.
ResponderExcluirEu ouvi algumas faixas desse novo disco e continuo com a mesma impressão.
Gosto tanto do Deris quanto do Kiske, desde que cada um na sua praia. Porém, como dito no review, parece que eles têm somente cumprido tabela de uns tempos para cá, fazendo álbuns irrelevantes. Alias, com algumas músicas beeem ruins ao meu ver, como "invisible man" do safado Keepers III, por exemplo. Mas gostei da "Are you metal?" e darei outra chance a eles.
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