Eluveitie - Everything Remains as It Never Was (2010)


Por Ricardo Seelig
Publicitário e Colecionador
Collector´s Room

Cotação: ***1/2

Formado na Suíça em 2002, o octeto Eluveitie chega agora ao seu quarto disco, Everything Remains as It Never Was, sucessor de Evocation I – The Arcane Dominion (2009), Slania (2008) e Spirit (2006). Se auto-intitulando como New Wave of Folk Metal, o grupo faz um som que une o folk a elementos do death metal melódico, música celta e metal tradicional, resultando em uma sonoridade bastante peculiar.

Formada atualmente por Christian “Chrigel” Glanzmann (vocal, guitarra, gaita e vários outros instrumentos), Meri Tadic (vocal, violino), Anna Murphy (vocal, hurdy gurdy), Ivo Henzi (guitarra), Siméon Koch (guitarra), Patric “Päde” Kistler (gaita de foles), Kay Brem (baixo) e Merlin Sutter (bateria), a banda resgata a música folclórica escandinava, acrescenta uma generosa dose de peso e agressividade e a reembala para o século XXI. Inegavelmente, o resultado final é bastante interessante, e merece uma audição atenciosa.

Uma das características mais marcantes do Eluveitie é o fato de os caras cantarem algumas músicas no idioma gaulês antigo, realçando ainda mais o lado medieval de seu som. Há um contraste entre a agressividade dos instrumentos elétricos e a pureza dos acústicos, fazendo com que as faixas alternem momentos mais calmos com outros de ataque puro!

Claramente bons músicos e donos de ótima técnica, os integrantes do grupo colocam o bom gosto entre suas características principais. O trabalho de guitarras é primoroso, assim como os vocais. As doces intervenções de Meri Tadic e Anna Murphy, tanto vocais quanto instrumentais, dão mais brilho e sensibilidade ao som do Eluveitie, tornando a música da banda ainda mais rica. Mas, inegavelmente, o integrante-chave é Christian “Chrigel” Glanzmann, senhor absoluto, comandante supremo de uma espécie de orquestra que tem como missão levar ao mundo atual toda a beleza da música folk.

Everything Remains as It Never Was é um grande disco, um trabalho feito com escancarada paixão e domínio histórico do terreno que se propõe a explorar. Se você não se contenta apenas com a parte mais óbvia e rasa da música pesada, arrisque-se, mergulhe fundo na escuridão e descubra uma das bandas mais interessantes da cena atual.


Faixas:
1 Otherworld 1:57
2 Everything Remains as It Never Was 4:25
3 Thousandfold 3:20
4 Nil 3:43
5 The Essence of Ashes 3:59
6 Isara 2:44
7 Kingdom Come Undone 3:22
8 Quoth the Raven 4:42
9 (Do)minion 5:07
10 Setlon 2:36
11 Sempiternal Embers 4:52
12 Lugdũnon 4:01
13 The Liminal Passage 2:15


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