Por Ricardo Seelig
A Rolling Stone é uma das revistas de música mais importantes do mundo. Isso é fato.
Mas vejam só isso: enquanto as últimas edições da RS pelo mundo colocam em suas capas caras como Liam Gallagher e Elton John, aqui no Brasil temos Deborah Secco estampando a primeira página, promovendo o filme Bruna Surfistinha. Por aí dá para perceber a diferença editorial da edição brasileira e das gringas.
Quando a Rolling Stone surgiu em nosso mercado, há alguns anos, cheguei a pensar que ela poderia substituir a melhor revista de música que esse país já teve – estou falando da Bizz, é claro! -, mas apesar de alguns acertos, a edição brasileira se tornou, de modo geral, uma revista focada em comportamento, e não em música.
Uma pena, já que o vazio deixado pela finada Bizz continua desocupado. A poeira Zine é uma excepcional revista naquilo que se propõe – falar do rock dos anos 1960 e 1970 -, assim como a Roadie Crew em relação ao heavy metal. Mas a verdade é que quando o assunto é música em geral, o Brasil continua órfão de uma publicação de qualidade. Enquanto lá fora rolam excelentes revistas como Mojo, Uncut, Classic Rock, Spin, Downbeat, New Musical Express, Q e muitas outras, em nosso país a lacuna só cresce a cada dia. Eu sei que a internet coloca tudo na palma das nossas mãos, mas, pelo menos para mim, nada se compara a ler uma boa publicação destinada a minha maior paixão: a música.
Enfim, uma triste realidade sem previsão de mudança.
Mas vejam só isso: enquanto as últimas edições da RS pelo mundo colocam em suas capas caras como Liam Gallagher e Elton John, aqui no Brasil temos Deborah Secco estampando a primeira página, promovendo o filme Bruna Surfistinha. Por aí dá para perceber a diferença editorial da edição brasileira e das gringas.
Quando a Rolling Stone surgiu em nosso mercado, há alguns anos, cheguei a pensar que ela poderia substituir a melhor revista de música que esse país já teve – estou falando da Bizz, é claro! -, mas apesar de alguns acertos, a edição brasileira se tornou, de modo geral, uma revista focada em comportamento, e não em música.
Uma pena, já que o vazio deixado pela finada Bizz continua desocupado. A poeira Zine é uma excepcional revista naquilo que se propõe – falar do rock dos anos 1960 e 1970 -, assim como a Roadie Crew em relação ao heavy metal. Mas a verdade é que quando o assunto é música em geral, o Brasil continua órfão de uma publicação de qualidade. Enquanto lá fora rolam excelentes revistas como Mojo, Uncut, Classic Rock, Spin, Downbeat, New Musical Express, Q e muitas outras, em nosso país a lacuna só cresce a cada dia. Eu sei que a internet coloca tudo na palma das nossas mãos, mas, pelo menos para mim, nada se compara a ler uma boa publicação destinada a minha maior paixão: a música.
Enfim, uma triste realidade sem previsão de mudança.
Olá Ricardo!
ResponderExcluirConcordo plenamente "Contigo" (desculpe o trocadilho, foi irresistível).
É sabido que esse tipo de revista procura matérias que seus editores acham que a farão vender. Será que no Brasil não existe um público que se interesse por música em geral, como nós, para que eles partam para tratar sobre comportamentos? Será que o público aqui é totalmente segmentado ao ponto de apenas as publicações segmentadas que você citou tenham interesse de falar de música?
Sugiro a revista Bravo, não fala só de música, mas procura sempre tratar de qualidade, sem ver a cor dos gêneros.
Abraço!
Que país de merda mesmo...
ResponderExcluirEstão quase transformando a Rolling Stone, que já foi uma das mais conceituadas revistas de música do mundo, em uma revista pornográfica aqui no Brasil...
Realmente o nível editorial nacional tem decepcionado bastante nos últimos tempos, acho que esperamos que seja modificado com a inserção de novos profissionais realmente engajados na redação de revistas desse gênero...
Coisa difícil...
Abraço!
Rodrigo e Jefferson, eu acho que existe espaço sim para uma publicação nos moldes da Bizz, mas não tenho dados mais concretos para atestar isso de maneira definitiva.
ResponderExcluirA própria Billboard, que quando foi lançada tinha uma linha mais musical, já foi ladeira abaixo.
E dessas publicações estrangeiras citadas, quais vocês acham que pegariam aqui no Brasil?
Desta vez eu vou ter que discordar de você, Cadão. A Deborah Secco é pop pra caramba. Tá na novela das oito (o programa mais pop da TV brasileira) e em cartaz no cinema em um filme sobre uma prostituta que fez um best-seller (pop total, também). Tudo a ver com a RS, que é, antes de mais nada, uma revista sobre cultura pop. Estranharia vê-la na capa da Billboard, mas na da RS achei bem legal e adequado. Fora que a foto é excelente e a capa é um colírio de diagramação e bom gosto no meio de tanta porcaria das bancas.
ResponderExcluirÉ evidente que não só a capa, mas principalmente a Deborah Secco, são lindas, mas eu não curto esse direcionamento que a RS tomou. Tanto que as melhores matérias da revista são, geralmente, as do Arquivo RS, onde eles publicam entrevistas antigas da edição norte-americana.
ResponderExcluirTalvez eu tenha entendido errado, no princípio, o posicionamento da Rolling Stone e esperasse uma nova Bizz, por isso a minha frustração com a revista.
Cara eu me criei com a BIZZ, nos canfudó do mundo onde eu morava a BIZZ era meu oásis mensal de cultura musical, até hoje não entendo porque uma publicação do nível da BIZZ deixou de existir. Certa vez comprei a Rolling Stone que tinha uma chamada no rádio que dizia “110 páginas de musica e entretenimento”. Das 110 páginas 70 eram de propaganda hehehehehe... nunca mais comprei. Eu adoro a Classic Rock, mas por aqui o preço é bem salgado, cheguei a pagar R$ 55,00 na ultima que comprei (livraria do aeroporto de congonhas)
ResponderExcluirA Classic Rock é realmente muito boa. Ao lado da Mojo, é a minha preferida.
ResponderExcluirricardo, teu post traduz 100% meu sentimento em relação às publicações musicais brasileiras. concordo com tudo, desde a saudade da bizz até a alegria de termos o bento araújo e a fantástica poeira zine. mas a rolling stone já tá de brincadeira! sou assinante desde o nº1, admito que por pura teimosia, insistência em ter uma revista de música em casa. mas decidi que agora chega. não vou renovar. se eu quisesse ler sobre política e moda, procuraria outras publicações. por falar nisso, se alguém quiser a coleção completa (até o momento), pode falar comigo... hehehehehe! volta, bizz!
ResponderExcluirMeu Deus !!!!
ResponderExcluirComo essa mulher é gostosa !!!
Bom...depois do desabafo agora vai a parte séria: Acho que a Rolling Stone é mais uma revista sobre cultura pop e creio que vai indo muito bem neste caminho... portanto ainda não temos nenhuma publicação sobre música em geral...somente a billboard...que comprei uma vez e não gostei.... em nosso mercado
no entanto...pra riqueza e tamanho de nosso pais...tanto em extensão geográfica como cultural isto é muito pouco.... e muito preocupante...percebam como a música cada vez mais passa para o segundo, terceiro, quarto escalão em importância...ninguém mais dá a mínima...onde estão os festivais, os programas de TV, as enormes audiências...ninguém mais quer saber de música a não ser que exista um aspecto de potencial humilhação...como nas fases preliminares do IDOLOS.... o mercado editorial reflete isto...se não há interesse geral por que publicar ????? então ficamos sem opção...apenas com a Bilboard dominando e não sei por quanto tempo porque nem sei se esta revista sai muito....
A BIZZ não volta porque não existe interesse em musica geral....já foi e voltou inumeras vezes...infelizmente "SÓ" música não vende
ResponderExcluirO Brasil é, indiscutivelmente, um dos países com maior riqueza musical do planeta. De norte a sul, de leste a oeste, a variedade musical brasileira é espantosa. Além disso, somos também um dos maiores mercados de música do mundo. É realmente espantoso que um país com todos esses atributos não tenha uma revista de música com circulação mensal.
ResponderExcluirA Billboard até se enquadra nesse quesito, mas é, como diz o meu amigo Regis Tadeu, muito chapa branca, já que não tem textos opinativos sobre bandas e artistas, preferindo ser apenas uma revista que publica releases elogiosos.
Falta conteúdo, assim como falta opinião, e isso a Bizz tinha de sobra.
O que vocês acham?
"Falta conteúdo, assim como falta opinião, e isso a Bizz tinha de sobra".
ResponderExcluirInfelizmente estas coisa não são muito valorizadas em nossa atual sociedade...
Por isso não vende....
E tem outra coisa, Fábio. Quem tem opinião é chamado de arrogante, no geral. Tá tudo muito café com leite, muito sem sal, na verdade.
ResponderExcluirSim
ResponderExcluirMas ai o buraco é muito...mas muito... mais embaixo e poderiamos ficar falando horas e mais horas da destruição do ensino público, desvalorização das atividades intelectuais e idiotização dos meios de comunicação e a consequencia funesta disto em uma sociedade....
e de como isto resulta na política do café com leita
ResponderExcluir"infelizmente "SÓ" música não vende"
ResponderExcluirExcelente frase, concordo plenamente, mas temos que fazer uma ressalva. Essa não é uma verdade só brasileira, mas sim mundial. O que é uma banda sem clipe, hoje? até as menos "comerciais" fazem. O Brasil emburreceu muito, uma frase dita pelo Paulinho dos Novos Baianos. E é verdade. Olha pessoal, tenho lido vários textos da antiga revista Rock (a História e a Glória), da Hit-Pop, Bondinho, entre outras antiga. O nível de escrita, vocabulário, figuras de linguagem e etc, dá de 1000 a zero em qualquer revista de música jovem de hoje. Qualquer uma, mesmo as seguimentadas, independente da qualidade das pautas abordadas. Até na cartas dos leitores o nível me causa um certo espanto. É de se imaginar como textos desse naipe soariam inadequados pra nossa geração, até pra mim msm. Eu sinceramente, acho que não há espaço para uma publicação que aborde música de forma geral hoje. E nem nada de forma geral hoje. Vide as rádios. As rádios caminham para a segmentação. Pq só sobrou o público segmentado, o público geral desaprendeu muito sobre cultura. O cinema tb. É de dar pena o cinema comercial hoje. Caro e ruim. Acho que cada vez menos vai existir a dita "cultura popular" ou "cultura de massa" pq a massa está muito desinteressada por qualquer tipo de cultura. Tudo chegou num mercantilismo tal, que não há mais a necessidade da cultura, virou tudo produto. Teatro só dá certo se for comédia. Música só dá certo se for curta, atender o estilo da moda e tiver jabá (e olhe lá ainda...). Cinema tem que ter efeito especial de montão, só roteiro bom não é suficiente. O entretenimento ocupou o lugar da arte.
É por essas e outras que defendo uma certa "desprofissionalização" da música, voltar a ser artesanal. Música como produto acho que não tem futuro (mesmo que tenha também uma proposta artística).
Abraço!
Ronaldo
Excelente comentários Stepping Stone...
ResponderExcluirJá percebeu como existe uma pressão para que a vida se torne cada vez mais segmentada ???? Tudo embalado pra ser consumido pra determinado público ? A rotulação simples das pessoas em tipos ?
Eu também acho que existe sim público apreciador de revistas de boa música. Pena que Rolling Stones descambou desse jeito, e isso já era previsto na edição de primeiro aniversário da revista, com Fausto Silva na capa. Matéria excelente, reconheço, mas não era sobre música.
ResponderExcluirA Bravo é sim uma boa revista, mas bastante elitista e erudita. De qualquer modo fica como uma boa dica.
Abraços
Eu gosto da Bravo, mas ainda sinto falta de uma revista exclusiva para música.
ResponderExcluirVejo pouca diferença entre a Rolin istone brasileira e a revista contigo!
ResponderExcluirPor essas e outras que pago com prazer uma fortuna na edição inglesa!