Por João Renato Alves
Cotação: ***1/2
Desde o anúncio de sua criação, o Symfonia despertou atenção na cena metálica. Afinal de contas, reunia um quinteto que já fez muito pelo estilo, conquistando uma verdadeira legião de fãs com seus trabalhos anteriores. Ao mesmo tempo, muita desconfiança entre os céticos, já que a estabilidade não tem sido uma marca dos envolvidos nos últimos tempos. Mesmo assim, a curiosidade fala mais alto e torna-se inevitável ao menos uma conferida.
De cara, uma bela surpresa com a direta “Fields of Avalon”, lembrando muito o Stratovarius dos álbuns Episode e Visions. Típico som melódico com refrão apoteótico para fazer a alegria dos fanáticos. “Come By the Hills” mantém o script dentro do esperado, remetendo a músicas como “S.O.S.”, de Destiny. Cara de hit a ser decorado e cantado a plenos pulmões pelos adeptos em apresentações. O lado speed é retomado com força total em “Santiago”, com seu bom riff de guitarra na introdução. Lá pelo meio, a paradinha dramática com solo choroso, remetendo mais uma vez à antiga banda de Timo Tolkki, para finalizar no mesmo pique do começo.
Hora de acalmar os ânimos com “Alayna”, balada pomposa, para os mais emotivos se esgoelarem acompanhando. Tolkki volta a atacar as seis cordas com precisão (bom, ao menos acho que é ele, depois de tanta polêmica recente, vai saber, mas vamos dar crédito ao homem) em “Forevermore”, outra fácil de grudar na cabeça, como manda o figurino. O clima folclórico na intro de “Pilgrim Road” desemboca em uma cadência muito interessante. A bela performance de guitarra garante o lugar da faixa entre as melhores do play. A faixa-título é a mais longa de todas, com um conceito complexo e cheia de variações. Já rolou coisa melhor nesse estilo – inclusive pelas mãos dos próprios envolvidos nessa.
A acessível “Rhapsody in Black” retoma a normalidade, trazendo peso moderado aliado a uma melodia resvalando no pop - mas com muito bom gosto, que fique ressaltado. “I Walk in Neon” retoma o que as duas primeiras faixas prometiam, ou seja, Stratovarius puro desde a introdução. Ao menos tiveram peito para assumir que seria assim mesmo e pronto. Para encerrar de maneira bem previsível, a simpática baladinha acústica “Don’t Let Me Go”. Não acrescenta muito, mas é bonita.
In Paradisum é, basicamente, o disco que Tolkki lançaria com o Stratovarius caso ainda estivesse no grupo. A impressão que fica é que os outros participantes apenas acompanharam as ideias do guitarrista. E se adaptaram muito bem, embora eu deva confessar ter sentido falta de alguns detalhes na voz de Andre Matos, que claramente tentou se adaptar a um registro próximo ao de Timo Kotipelto para não descaracterizar a proposta. A despeito disso, todas as músicas são muito bem feitas e tocadas – o que não poderia ser diferente com o time formado.
Podemos afirmar sem medo de errar que o projeto corresponde às expectativas e tem tudo para agradar os fãs.
Faixas:
1 Fields of Avalon
2 Come by the Hills
3 Santiago
4 Alayna
5 Forevermore
6 Pilgrim Road
7 In Paradisum
8 Rhapsody in Black
9 I Walk in Neon
10 Don't Let Me Go
ja vazou na net, ouvi e achei um dos melhores trabalho do Andre
ResponderExcluireu achei incrivel, e nao poderiam criar outro estilo, são os mestres do power melódico! nao dou 10 mas sim 8,5 que ja é uma ótima nota!
ResponderExcluirA resenha do Jay foi a melhor que li até agora, sem aquela tr00zice do Whiplash. eu dei 8,5 também.
ResponderExcluirParabens Jay, ótima resenha nenhuma falha.