Anvil: review do álbum 'Juggernaut of Justice' (2011)!


Por João Renato Alves

Cotação: ***1/2

Após a onda de popularidade gerada pelo documentário The Story of Anvil, era hora de Steve “Lips” Kudlow e seus parceiros mostrarem ao mundo o valor que os mais ligados na cena já reconhecem de muitos anos. Juggernaut of Justice é o décimo-quarto álbum do agora trio canadense. E a fama repentina trouxe grandes benefícios. Primeiro, a possibilidade de gravar em um estúdio de ponta, como o de propriedade de Dave Grohl. O produtor escolhido também é de altíssimo gabarito, Bob Marlette, conhecido por trabalhos com Tony Iommi, Alice Cooper e Airbourne, entre outros. E a gravadora The End Records deu a garantia necessária para que os músicos não tivessem que passar pelos sofrimentos de outrora.

A faixa-título abre o play com o pique tradicional do grupo e um riff muito bem elaborado. Na sequência, pé no acelerador com a ótima “When Hell Breaks Loose”, onde Robb Reiner reafirma sua reputação como grande baterista. “New Orleans Voodoo” traz um baixo no melhor estilo Geezer Butler na intro, mostrando grande influência 'sabbática'. Mais uma veloz em “On Fire”, música que justifica seu nome com mais uma pegada fulminante. “Fuckin’ Eh” já estava rolando na net há alguns dias e tem um clima mais festeiro. Música simples e de fácil assimilação, boa para ser conferida por quem não conhece muito sobre a banda. A curta “Turn It Up” conta com guitarras à la Megadeth e encerra com classe a primeira parte.

O andamento marcado em “The Ride”, acompanhado por uma melodia pra lá de tradicional, tem tudo para agradar. O riff inicial de “Not Afraid” me deu uma sensação de déjà-vu. Mas o que importa é que trata-se de outra bela faixa, lembrando algo dos momentos mais animados do Motörhead de discos mais recentes. O início de “Conspiracy” vai remeter o ouvinte diretamente a “Balls to the Wall”, do Accept. Para quem não se importa muito com esses 'rip-offs', trata-se de um belo metal tradicional.

Mais um convite ao headbanging ocorre em “Running”, outra porrada das boas. A mais longa é “Paranormal”, com seus 7 minutos e algumas linhas vocais que lembram muito o Black Sabbath. Para encerrar, a instrumental “Swing Thing”, um metal com metais. Exatamente: instrumentos de sopro, que se encaixam muito bem na proposta, transformando-a em um dos destaques do disco.

Em Juggernaut of Justice o Anvil mostra que não perdeu a mão e ainda é um dos bons grupos de sua geração. Mas cabe aqui uma observação: a banda ainda precisa voltar ao formato de quarteto. Ou a coisa vai ficar difícil de ser reproduzida com maior fidelidade ao vivo. Por hora, fiquemos com mais esse grande play de quem demorou, mas alcançou reconhecimento.


Faixas:
1 Juggernaut of Justice
2 When Hell Breaks Loose
3 New Orleans Voodoo
4 On Fire
5 Fuckin' Eh
6 Turn It Up
7 The Ride
8 Not Afraid
9 Conspiracy
10 Running
11 Paranormal
12 Swing Thing

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